Após suspeita em atestado de óbito, mulher foi sepultada sem velório e com caixão lacrado. Saúde e HC explicam o caso.
A direção do Hospital das Clínicas de Marília divulgou uma nota oficial, no final desta tarde, explicando o motivo de constar no atestado de óbito a suspeita de Covid-19 como sendo uma das possíveis causas da morte de dona Guaraciaba Aparecida dos Santos, de 61 anos (veja no final desta matéria).
O falecimento ocorreu na semana passada em Marília, sob suspeita de Covid-19, já havia causado polêmica, já que a família insistia em ter a oportunidade de um "velório digno". Agora veio o diagnóstico e uma revolta ainda maior: o exame para o novo coronavírus deu negativo.
O resultado do exame deu negativo para Covid-19
"Vou procurar um advogado quero que eles retirem o que colocaram no atestado de óbito e ver o que cabe mais a eles", disse uma das filhas de dona Guaraciaba, ao procurar novamente o portal Visão Notícias apresentando o laudo emitido pelo Instituto Adolfo Lutz.
Matéria atualizada às 17h15
A mulher tinha vários problemas de saúde, como hipertensão, diabetes hipotireoidismo e mal de parkinson. Além disso, há dois anos sofreu um infarto e passou por cirurgia.
Na quarta-feira (dia 17), começou a sentir muita falta de ar, sendo socorrida pela UTI Móvel do SAMU ao Hospital das Clínicas, onde o quadro clínico se agravou e a mulher acabou falecendo na madrugada do dia seguinte.
Atestado de óbito
No documento emitido pelo Hospital das Clínicas constou que além de insuficiência respiratória aguda, os dizeres "pendente de exame PCR para Covid-19", ou seja, suspeita de morte pelo novo coronavírus.
Diante disso, o Velório Municipal teve que seguir todos os protocolos definidos pela Vigilância Epidemiológica, ou seja, caixão lacrado e sem velório, ocorrendo o sepultado de imediato, devido ao risco de contaminação. Após muita insistência da família, o caixão permaneceu pouco tempo na capela municipal (já no cemitério) e todo fechado.
E agora?
Vídeo enviado pela família mostra o caixão lacrado
Com o resultado negativo nas mãos, os familiares de dona Guaraciaba Aparecida dos Santos afirmam que desde o começo estavam certos de que sua morte foi por um dos problemas de saúde que ela já tinha e não pelo vírus.
"Nada irá mudar infelizmente quem perdeu fomos nos. Só espero conseguir que retirem isso de covid 19 da certidão de óbito. E que prestem mais atenção no que estão fazendo com este decreto inútil. Casar pode. Enterrar uma pessoa que sempre pagou os impostos a ele. Não pode. E que Deus coloque as mãos nos culpados", diz a filha em mensagem via WhatsApp.
Outro lado
A assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas (foi quem emitiu o laudo sobre a causa da morte) informou que a direção ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Já o secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto Júnior, explicou que como o diagnóstico médico indicava um dos principais sintomas da Covid-19 (insuficiência respiratória aguda) foi preciso seguir os protocolos do Ministério da Saúde, ou seja, realizar os exames.
"É preciso tomar todos os cuidados. E se fosse liberado o velório aberto e o resultado do exame fosse positivo? O risco de uma contaminação em massa seria muito grande", advertiu o secretário. Ele lembrou inclusive que dos sete óbitos confirmados em Marília, cinco envolveram pessoas de uma mesma família, ao observar que o contágio entre pessoas de relacionamento próximo é grande devido a esse contato físico.
HC responde
Por volta das 17h, a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas emitiu uma nota oficial com relação ao caso da morte de dona Guaraciaba Aparecida dos Santos. Confira:
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília - HCFAMEMA informa que a paciente Guaraciaba Aparecida dos Santos foi internada na Instituição e veio a óbito no mesmo dia com a causa da morte determinada por INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA.
A paciente veio a óbito e com a ausência de um exame comprobatório que se descarta a COVID-19, por isso foi seguida todas as orientações do Ministério da Saúde, que orienta inclusive sobre a rotina de sepultamento a pacientes suspeitos ou confirmados da COVID-19, aplicada pelas funerárias e velórios.
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