A família de dona Guaraciaba Aparecida dos Santos está inconformada pelo fato de não poder realizar um velório e um enterro dignos nesta tarde, depois que o atestado de óbito emitido pelo Hospital das Clínicas constou que ela era suspeita de Covid-19. 

O corpo nem ficou no velório municipal e, após muitos protestos, os familiares conseguiram no máximo que o caixão permanecesse pouco tempo na capela municipal (já no cemitério) e todo lacrado.

De acordo com a filha, Wilse Batista de Paula, dona Guaraciaba, de 61 anos, que morava no bairro Cavallari, tinha vários problemas de saúde, como hipertensão, diabetes hipotireoidismo e mal de parkinson. Além disso, há dois anos sofreu um infarto e passou por cirurgia.

Ontem à noite ela começou a sentir muita falta de ar, sendo socorrida pela UTI Móvel do SAMU ao Hospital das Clínicas, onde o quadro clínico se agravou e a mulher acabou falecendo pouco depois das 5h.

Wilse garantiu que sua mãe nunca teve sintomas da Covid-19, mas para surpresa de todos, constou que além de insuficiência respiratória aguda, os dizeres "pendente de exame PCR para Covid-19".

Sem velório

Diante dessa situação, o Serviço Funerário Municipal seguiu o protocolo definido pela Secretaria Municipal da Saúde, inclusive quanto à urna lacrada. 

O corpo de dona Guaraciaba Aparecida dos Santos seria sepultado direto, mas após muita insistência e protesto dos familiares, eles conseguiram apenas alguns momentos para poder se despedir.

"Estamos revoltados. Nós queríamos ter um velório para poder se despedir da minha mãe", afirmou Wilse, acrescentando que "é muito ruim não poder se despedir de uma pessoa tão amada".

Outro lado

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que diante da suspeita de Covid-19, conforme constou no atestado de óbito, a Secretaria e o Serviço Funerário seguiram as normas previstas no decreto municipal.

O portal Visão Notícias manteve contato com a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas questionando o motivo de constar no atestado de óbito a suspeita do novo coronavírus. Mas, até por volta das 17h30 nenhuma nota oficial havia sido enviada à redação.