É mais um "capítulo" da crise que o conjunto atravessa, com risco de interdição.
Depois da batalha judicial envolvendo a desocupação dos prédios, que estariam sob "risco iminente de desabamento", os moradores do conjunto habitacional Paulo Lúcio Nogueira, conhecido como "predinhos da CDHU", na zona sul de Marília, enfrentam mais um drama.
Ordem judicial determinando a desocupação dos apartamentos.
Agora, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) conseguiu uma ordem judicial de reintegração de posse contra as famílias que não seriam proprietárias de apartamentos.
Elas estão revoltadas pois alegam que estão tentando um acordo no sentido de permanecerem nos imóveis, regularizando os atuais contratos, mesmo porque estão morando no local há anos.
Mas, a empresa estaria alegando que os "suplentes" (na época da entrega do empreendimento - há 25 anos) é que teriam direito a ficar com os imóveis.
O problema ocorre porque muitos dos donos "oficiais" (constam no contrato com a empresa) simplesmente decidiram abandonar ou mesmo locaram os apartamentos.
Taís mostra a reforma que fez no apartamento.
Os atuais moradores passaram a cuidar e até mesmo reformar os imóveis.
É o caso da cozinheira Tais Helena Jorge que mora com o esposo e um filho de um ano e meio.
"Há quatro anos que estamos indo na CDHU para regularizar e passar o apartamento para gente, mas eles sempre enrolaram, nem os documentos eles pegam pra tentar fazer alguma coisa", afirmou Tais, em entrevista ao Visão Notícias. Agora, foi surpreendida com a ordem judicial de despejo no prazo de 30 dias.
Segundo ela, "todos os apartamentos que os donos não quitaram deixaram de pagar os moradores que estão morando neles estão recendo ordem de despejo mesmo o morador indo no CDHU querendo regularizar e permanecer tem moradores que estão nos apartamentos anos e tentando regularizar mas eles se rescusam e querem colocar as família na rua".
O Visão Notícias procurou a assessoria de imprensa do CDHU. Mas, até o começo desta noite nenhuma nota oficial havia sido divulgada.

Problema antigo

Problemas estruturais no conjunto da CDHU.
O conjunto habitacional ‘Paulo Lúcio Nogueira’ tem 44 blocos, com 880 apartamentos e foi construído há 25 anos pelo Governo do Estado de São Paulo. O levantamento mais recente da CDHU é de que moram no local 1.727 pessoas, sendo 580 menores de idade, 873 adultos e 196 idosos.
O problema principal começou em maio de 2018, quando o Ministério Público e a Defensoria Pública propuseram uma ação civil pública, denunciando uma série de irregularidades, como a falta de um sistema contra incêndios e fiação elétrica exposta.
Até que em janeiro deste ano, o o Ministério Público protocolou uma ação que pediu a interdição dos prédios alegando risco iminente de desabamento, conforme apontado em um laudo pericial.

Apontou uma série de problemas estruturais no condomínio, tais desagregação do concreto devido à umidade causada por infiltrações, trincos, rachaduras, infiltrações nas lajes e rompimentos no abrigo de gás, além de escadas com ferragens expostas.
A justiça decretou a interdição, mas a disputa judicial prossegue no Tribunal de Justiça, sem uma definição até agora.
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