O modelo fotográfico Israel Luiz Vieira, de 22 anos, está preso na cadeia de Lutécia acusado de homicídio qualificado por omissão apontado como responsável pela morte de sua enteada, a pequena Isabelle Fernandes dos Santos, de apenas dois anos, que sofreu morte cerebral e foi sepultada na manhã desta sexta (29), em clima de tristeza e revolta.

Israel nega que tenha causado a morte da criança.

A prisão, por 30 dias, foi decretada pela justiça a pedido da Delegacia de Defesa da Mulher, para que não atrapalhe nas investigações do caso. O rapaz foi preso nesta tarde, após prestar depoimento. O padrasto sustentou a tese de que estava com a criança no sábado enquanto a mãe trabalhava e que Isabelle teria passado mal após ingerir medicamentos e acabou caindo da cama.

Mas, os médicos disseram que as lesões eram incompatíveis com tal queda. Depois, Israel mudou sua versão,  alegando que na verdade a menina havia caído de uma escada, no prédio onde eles moram (apartamentos do CDHU, zona sul da cidade).

Isabelle teve morte cerebral confirmada pelos médicos e a família autorizou a doação de órgãos, depois que a criança faleceu, no começo da tarde desta quinta-feira. Foram retirados os rins e córneas. O corpo da criança foi sepultado nesta manhã, no cemitério da Saudade.

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MORTE E OMISSÃO - A Polícia Civil aguarda o laudo necroscópio do Instituto Médico Legal para prosseguir nas investigações. Embora normalmente demore 30 dias, a expectativa é de que esteja pronto na próxima semana.

Criança sacudida de forma violenta: perigo.

Preliminarmente os legistas teriam constatado que Isabelle teria sido vítima da síndrome do bebê sacudido (SBS) ou shaking back: a criança ao ser sacudida de forma violenta sofre lesões graves no cérebro que, pela pouca idade (apenas dois anos) ainda não está preso na caixa craniana.

Nos Estados Unidos, trata-se da principal causa de morte entre bebês com menos de 1 ano, quando vítimas de abuso.

Se movemos um bebê com muita força, se o cérebro sofrer danos, o mais provável é que ele pare de chorar. Além disso, quando se chacoalha um bebê, sua cabeça gira sem controle, já que os músculos de seu pescoço estão pouco desenvolvidos e dão pouco suporte para a cabeça.

Foi o que provavelmente aconteceu com a criança em Marília.

O padrasto, em tese, será enquadrado pelo crime de homicídio qualificado por omissão, uma vez que ele demorou muito para socorrer a vítima,  fato que foi confirmada pela mãe da vítima e demais testemunhas.