Marcos Boldrin: o que nos faz encarar o considerado impossível

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Por Marcos Boldrin *

http://marcosboldrin.com.br

Início dos anos 90, o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo procurava consolidar mais uma atividade dentre as que já desenvolvia, ampliando sua carteira de negócios: o Projeto Resgate, que visava resolver os problemas afetos a emergências traumáticas uma vez que só no estado paulista o trauma era a primeira causa de morte na faixa etária entre 04 e 49 anos.

Para tanto e embora fosse fruto do trabalho de uma atuação conjunta entre as Secretarias de Estado da Saúde e Segurança Pública, na prática, sequer bombeiros treinados e qualificados haviam. 

Criar e gestar um núcleo de formação e treinamento, com pessoal qualificado dos dois segmentos (além de bombeiros, seria necessário que médicos e enfermeiros de ponta abraçassem a ideia e a concretizasse) não era tarefa fácil em um grande centro como a capital paulista – impossível, portanto, em cidades do interior – uma dor de cabeça imensa sem novos aportes de recursos específicos para a empreitada, sem que gente fosse destinada além das já existentes nos quadros de pessoal, fatores estes associados à mantença do atendimento ininterrupto das ocorrências diárias que nunca param. 

Criamos, com as participações direta e indireta de todos os bombeiros regionais e apoio de uma Faculdade de Medicina local, um núcleo na cidade de Marília, o único no interior do estado - um case de sucesso à época. Mas, como?

Confiança no líder. Não um chefe, formal; mas num único oficial do Corpo de Bombeiros em quem todos (bombeiros, médicos e enfermeiros) depositamos confiança. 
Não são corporações ou instituições, produtos ou serviços, recursos estruturais, financeiros ou outro material que nos fazem arregaçar as mangas e concretizar sonhos, elevar o que fazemos a um outro patamar. Obviamente que recursos ajudam - são meios de facilitação. Mas não são o principal. 

O principal são as pessoas. E o líder, consoante aos demais integrantes de uma equipe, são os seus principais atores.

Tais recursos, corporações ou instituições, produtos ou serviços, estrutura, dinheiro, são “coisas” e, portanto, ôcas, sem sentido até.

Somos nós, humanos, quem damos sentido a elas, e é da nossa natureza sermos liderados por aqueles que nos tocam - quando nos deparamos com os lugares mais profundos e sombrios para os quais não queremos ir, mas que devem ser encarados em uma empreitada pra valer que nos convide à aventura.

O trabalho em equipe, sob a batuta de um líder inspirador, que nos valoriza, é o que nos move a encarar com garra tais aventuras diárias. A encarar o considerado impossível até então.

A escuridão de um abismo bem à frente é algo a se evitar por qualquer mente saudável; a coragem em seguir a convite de alguém só se concretiza se, quem nos convida, nos ensina o caminho com base no exemplo e na confiança, qualidades intrínsecas de quem exerce liderança positiva para os dias atuais.

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* Marcos Boldrin é Tenente Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Arquiteto e Urbanista.

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