Varejo tenta barrar reajuste de preços da indústria

Com temor de queda de vendas, varejistas tentam não repassar aumento de preços para as prateleiras
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A queda nas vendas, num cenário de inflação e dólar em alta, tornou ainda mais tenso o cabo de guerra entre supermercados e fornecedores. Na mesa de negociação, redes varejistas têm pressionado pela manutenção de preços para não afugentar consumidores, enquanto indústrias de alimentação e produtos de limpeza tentam repassar reajustes de até 15%. Para driblar este cenário, as redes têm recorrido a estratégias que vão desde a compra em volume maior até redução de prazo de pagamento.

Desde abril, as negociações com fornecedores se tornaram mais difíceis, segundo o diretor comercial do Mundial, Sérgio Leite. O período coincide com a alta mais forte do dólar, que já subiu 17,7% este ano. O executivo afirma que fornecedores têm tentado reajustar seus produtos em até 15%, mas que a opção da rede tem sido segurar os preços, diante das vendas em baixa no setor.

"Essa é a nossa briga diária. Quando o aumento não tem como ser evitado, a gente não repassa 100% no ponto do venda, mas vai aos poucos, para não dar um baque no consumidor. Não dá para vender a R$ 2 em um dia e passar a vender por R$ 4 no dia seguinte "

A pressão por aumentos é maior em produtos diretamente afetados pelo câmbio, como os itens de higiene e limpeza, afirma Leite. É um setor em que boa parte dos fornecedores é multinacional. Em produtos importados, como azeite, é mais difícil evitar o repasse.

O Globo

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