Reportagem da TV Globo denuncia que uma das gráficas, com sede em Marília, não estaria funcionando. Mesmo assim, dono prestou serviços de quase R$ 300 mil para parlamentares, como Abelardo Camarinha.
Os serviços gráficos realizados por deputados estaduais, que em três anos chegou a R$ 15,5 milhões, foi motivo de uma reportagem investigativa da TV Globo e acabou envolvendo Marília.
É que uma das empresas (emitiu 25 notas para três paramentares), tem como endereço uma casa sem nenhum equipamento e pertence ao jornalista Marco Antônio Dávila Alves, que é marido da vereadora Daniele Alves.
Marco Antonio durante entrevista à Tv Globo.
Um dos deputados que mais utilizaram os serviços dessa empresa foi o parlamentar mariliense Abelardo Camarinha (PSB): R$ 257 mil, além de R$ 30 mil de outros dois colegadas dele, ambos do mesmo partido.
A matéria foi ao ar nesta semana no SP-1/SP. O produtor do programa esteve em Marília e no endereço citado nas notas, onde seria a residência de Marco Antônio, que emitiu as notas como microempresa.
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
Ao ser entrevistado, o jornalista afirmou que desde o ano 2000 a sua empresa terceiriza o serviço e fazem a impressão em Bauru. Mas, se recusou a fornecer o endereço.
O advogado Adib Kassouf Sad, especialista em contas públicas, explica que esse é o tipo de serviço não pode ser sub-contratado. "Uma gráfica que já não existe em tese não pode ser contratada pelo poder público".
Valor que foi gasto nos últimos 3 anos pelos parlamentares.
Já em nota oficial enviada ao portal Visão Notícias, Marco Antônio Dávila Alves afirmou que "a prestação de serviços para quaisquer clientes ocorre dentro da legalidade e regularidade. Em nenhum momento a empresa burlou o processo para a prestação de serviços e cumpriu prazos e exigências jurídicas para honrar com as demandas solicitadas pelos clientes em questão, no caso, parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo".
Acrescentou ainda que "enquanto prestadora de serviços informativos e produção, a Marco Antonio D’avila Alves -ME nunca declarou que possui parque gráfico, mas sim a de confecção de boletins, jornais e periódicos, conforme demanda dos clientes".
Ele acusou a TV Globo de "viés uso político da reportagem" pelo fato de usar "um fato irrelevante no corpo da reportagem" o fato de ser "esposo de uma professora que exerce cargo eletivo, e o equívoco ter misturado numa mesma matéria informações de empresas não encontradas".
DEPUTADO CAMARINHA
O portal também procurou a assessoria do deputado Abelardo Camarinha para se manifestar oficialmente sobre o caso. Mas, a informação é de que a posição sobre o caso é a que saiu na matéria.
Eis: "Abelardo Camarinha, do PSB, que usou a gráfica de Marília, disse que os boletins foram impressos e distribuídos para mais de 80 cidades, e que todas as notas foram submetidas ao Núcleo de Fiscalização da Alesp".
Júnior Aprillanti, também do PSB, que usou a mesma gráfica, hoje é secretário de Turismo do estado. Ele disse que a gráfica chegou por meio de recomendação, mas não soube dizer de quem, e que dispensou o serviço porque o resultado era ruim. Outros deputados citados na reportagem não retornaram os contatos da reportagem.
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