Uruguai se despede do ex-presidente Pepe Mujica com cortejo nas ruas de Montevidéu

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Velório do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica será aberto ao público e deve durar pelo menos 24 horas.

O Uruguai se despede do ex-presidente, José Pepe Mujica, em um cortejo fúnebre emocionante pelas ruas de Montevidéu. Ele  morreu ontem aos 89 anos e está recebendo as últimas homenagens da população em um percurso que marca pontos cruciais de sua trajetória política.

Centenas de pessoas acompanham o cortejo fúnebre que saiu da Presidência do Uruguai. Antes de chegar no Palácio Legislativo, o cortejo passará pela sede do Movimento de Participação Popular, que Mujica ajudou a fundar.

O corpo será velado a partir das 12h. O público poderá entrar para prestar suas homenagens a Mujica a partir das 15h no Salão dos Passos Perdidos. O corpo do ex-presidente será cremado, como ele desejava.

O presidente Yamandú Orsi decretou luto oficial de três dias no país e determinou que a bandeira uruguaia permanecerá a meio mastro em todas as repartições públicas. As despesas do funeral serão pagas pelo governo.

Presidente mais pobre do mundo


José Alberto Mujica Cordano nasceu em 20 de maio de 1935 em Montevidéu, capital uruguaia. Descendente de italianos e bascos, Mujica era filho de pequenos agricultores. Após a morte do pai, trabalhou como florista com a mãe. Em sua chácara, Mujica manteve as raízes familiares e continuou cultivando flores e hortaliças.

Ele foi presidente do Uruguai durante o período de 2010 e 2015. José Pepe Mujica era considerado o chefe de Estado "mais pobre do mundo" por doar até 90% de seu salário que era de US$ 12,5 mil (R$ 70 mil na atual cotação).

Portanto, optou por receber apenas US$ 1.250 por mês. Entendia que esse valor era "mais do que suficiente" para viver dignamente, dividindo seu tempo entre o gabinete do Executivo e o trabalho no campo.

Entre os fatos curiosos que marcaram sua trajetória, "Pepe" andava com seu famoso fusquinha azul claro, ano 1987 (foto), se recusando a vendê-lo mesmo depois de receber ofertas que chegaram a um milhão de dólares.

Avesso a qualquer formalidade, Mujica se negou a usar gravata em eventos oficiais, como atos de governo, reuniões bilaterais com pares de outros países e cúpulas presidenciais. Mesmo como presidente, continuava morando em sua modesta chácara na periferia rural de Montevidéu.

Pela simplicidade que viveu como presidente, suas críticas ao consumismo e as reformas sociais que promoveu (fez do Uruguai o primeiro país do mundo a legalizar a maconha), Mujica foi uma figura emblemática para a esquerda da América Latina. Durante seu mandato, o salário mínimo teve um aumento de 250%.

Após deixar a Presidência, voltou ao Senado, cargo que ocupou até 2020, quando renunciou por motivos de saúde, em meio à pandemia de Covid-19.

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