Trans consegue proteção da Lei Maria da Penha e encoraja outras a denunciar

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Em quatro meses de relacionamento, a cuidadora de idosos Shakira Costa do Nascimento, 26, conta que foi agredida três vezes pelo então companheiro, de 28 anos. Segundo ela, as agressões começaram quando Shakira, que é transexual e mora na cidade de Rio Verde/GO, disse que queria a separação.

Na mais grave das agressões, Shakira contou que levou um golpe no pescoço que a deixou imobilizada. Depois, o agressor a puxou pelos cabelos e a arrastou pelo corredor da casa onde moravam, além de dar socos em seu rosto.

As agressões só cessaram depois que uma vizinha chamou a polícia e encorajou Shakira a pedir ajuda na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da cidade. Dois dias depois de registrar um boletim de ocorrência contra o agressor, a cuidadora conseguiu uma medida protetiva, que impede que o ex-companheiro se aproxime dela, de seus familiares e amigos. 

"Ele me machucou tanto por dentro como por fora. Eu procurei ajuda e, graças a Deus, a Lei Maria da Penha estava lá para me defender. Por isso, mostro meu rosto para incentivar outras trans a também procurarem ajuda", diz Shakira.

"Quando fui à delegacia, eu não tinha certeza se me enquadraria na Lei Maria da Penha por ser transexual. Mas, lá, tive todo o apoio e me senti amparada", diz.

A lei é para transexuais também, e poucas mulheres trans buscam ajuda. Segundo a advogada e presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-SP, Marina Ganzarolli, a falta de informação ainda faz com que essas vítimas não busquem proteção.

"A Lei Maria da Penha se destina às mulheres. Infelizmente, o número de mulheres trans que procuram auxílio ainda é baixo e isso se deve ao fato de que muitas delas vivem em situação de vulnerabilidade social", diz Marina.

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