Mas, não informa sobre recurso. Justiça aceitou ação popular do deputado Vinicius
Procurando criticar o autor da ação popular (deputado estadual Vinicius Camarinha), que teria assinado a lei que criou o equilíbrio financeiro das empresas do transporte coletivo (na época em que era prefeito de Marília), a assessoria de imprensa da Prefeitura emitiu uma nota oficial que o prefeito Daniel Alonso estuda a criação de um subsídio na tarifa.
A medida está sendo estudada depois que o deputado Vinicius (foto) conseguiu na justiça suspender o reajuste da tarifa que entraria em vigor no próximo dia 20 de março, passando de R$ 4,50 para R$ 5,75. A tutela de urgência foi concedida pelo juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz, da Vara da Fazenda Pública.
"Elevar a tarifa de R$ 4,50 para R$ 5,75, em suma, corresponde a um incremento de aproximadamente 27,78% (ou seja, quase 30% de uma só vez), sem demonstração da justa base legal e/ou contratual, pelas razões já acima explicitadas, e sem a indicação de razão fática plausível para a majoração", afirma o magistrado em sua decisão.
Além de Vinicius, a ação popular foi impetrada também pelo ex-prefeito Abelardo Camarinha (pai do parlamentar), porém o juiz entendeu que, como ele está com os direitos políticos suspensos (uma das condições exigidas para esse tipo de ação), não poderia ser parte nesse processo.
Não cumpriu acordo...
O Juiz lembra ainda que em março de 2022 havia um acordo firmado entre o Município de Marília e as concessionárias prestadoras dos serviços de transporte urbano (na época em que houve o reajuste anterior da tarifa) em que as empresas teriam assumido compromisso de que os ônibus seriam trocados por outros em melhores condições e que 20 deles teriam ar condicionado, além de acrescentar mais cinco ônibus à frota.
"Não há comprovação ou notícias, SMJ, de que o acordo tenha sido efetivamente cumprido a benefício da população de Marília. Ou seja, a qualidade do serviço público prestado contrasta com as elevadíssimas tarifas que se pretende impingir à coletividade", afirma o juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz ao defender a sua decisão de suspender o reajuste autorizado pela Prefeitura.
Subsídio da tarifa de ônibus
No começo desta tarde, a Prefeitura emitiu uma nota anunciando o estudo de subsídio na tarifa. Não cita se pretende recorrer ao Tribunal de Justiça, mas nos bastidores há informações é de que a referida medida judicial deverá ser tomada até para que possa ser cumprida a lei do "equilíbrio financeiro".
Confira a nota:
A Emdurb (Empresa de Mobilidade Urbana de Marília) informa que por força de contrato assinado pelo ex-prefeito municipal Vinícius Camarinha (2013-2016), o Município é obrigado a cumprir a Lei e conceder a atualização monetária da tarifa do transporte coletivo, justamente para que fique estabelecido o equilíbrio financeiro das empresas do transporte coletivo. A Prefeitura Municipal de Marília sempre procurou garantir a alternativa de transporte coletivo ao menor preço possível. Inicialmente, as empresas solicitaram que o reajuste da tarifa fosse de R$ 8,10, contudo a Emdurb autorizou R$ 5,75 (que ainda não entrou em vigor, mas previsto para 20 de março de 2024). O prefeito de Marília, Daniel Alonso, estuda a concessão de subsídio para custear as passagens, a exemplo do que acontece em Ribeirão Preto (onde o preço da passagem é R$ 7,50, mas a Prefeitura subsidia R$ 2,50 e a população paga R$ 5,00). A Capital São Paulo, por exemplo, subsidia com R$ 7,7 bilhões o transporte coletivo e outras cidades (como Bauru) também adotaram o subsídio como forma de mitigar o impacto financeiro nos usuários, após as consequências econômicas causadas pela pandemia de covid-19.
Confira trecho da decisão judicial:
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288