Um relatório de fiscalização do TCE (Tribunal de Contas do Estado), concluído em junho, afirma que o programa Detecta, sistema eletrônico criado para permitir o uso de imagens de câmeras pela SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública), ainda não é capaz de analisar crimes filmados.
Em Marília, o sistema foi implantado nos radares existentes na rodovia do Contorno. Pela placa é possível verificar se o veículo é produto de furto/roubo e também se o proprietário é uma pessoa procurada pela justiça.
Conforme os técnicos, a ferramenta "vídeo analítico" não está disponível, apesar de o governo informar que esse monitoramento já é uma realidade. A secretaria paulista diz que os problemas apontados pelo TCE estão resolvidos ou passam por alteração.
AÇÕES SIMPLES - Segundo o TCE, apenas 17 câmeras de vigilância em todo o Estado têm a função de análise de imagens ativas - e nenhuma delas é capaz de identificar um homem com capacete em um comércio. O que o sistema faz é relatar ações mais simples: pedestre na via, moto parada entre carros parados e automóvel parado no acostamento em via expressa.
Para os técnicos do TCE, que ficaram 15 meses investigando esse projeto - por meio da análise de documentos, entrevistas com policiais e vistorias in loco em centros de comando, delegacias e batalhões -, há conflitos entre sistemas operacionais, falta de infraestrutura e treinamento para que de fato se substituam agentes no monitoramento 24 horas de imagens de segurança.
"Constatou-se que o Detecta ainda não oferece a ferramenta ‘vídeo analítico’, que seria capaz de identificar comportamentos, deixando de atender à demanda requerida pela SSP", diz a conclusão do relatório do TCE. "O projeto Detecta está em andamento há praticamente dois anos, desde abril de 2014, e ainda não apresenta resultados efetivos para a segurança pública." Informações: R-7
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