Prorrogação da quarentena preocupa comércio e indústria em Marília

Compartilhe:




A prorrogação do período de quarentena por mais 15 dias (até 22 de abril), determinada no começo desta tarde pelo governo estadual, vai afetando diretamente o setor econômico de Marília. Além de boa parte do comércio que vai permanecer fechado, indústrias alimentícias de grande porte já estão dando férias coletivas preocupadas, principalmente com o fornecimento de matéria prima, principalmente farinha e glicose.

"Todos terão que analisar os seus negócios. A palavra agora é criatividade", afirmou há pouco o superintendente da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marília), José Augusto Gomes. Ele explicou que a própria entidade está procurando disponibilizar ferramentas para que os lojistas possam continuar vendendo, usando agora a internet.

O superintendente da ACIM observou que o governador "foi claro" quanto às determinações, entretanto nesta semana é que o comerciante vai ter um reflexo maior na situação econômica, com o pagamento dos salários (quinto dia útil), tributos e fornecedores. A situação deverá ser analisada "caso a caso", observou José Augusto Gomes.

Insegurança e desafio

Já o presidente do Sincomercio (Sindicato do Comércio Varejista de Marília e Região), Pedro Pavão, em nota distribuída há pouco, demonstrou a sua preocupação.

"A prorrogação das medidas de restrições à circulação de pessoas e de atividades econômicas vai ampliar a insegurança, as dificuldades e os desafios para empresas, seus funcionários, autônomos, informais e diaristas", alertou o dirigente, acrescentando que "ainda assim, o momento exige colaboração com os serviços públicos, obediência às regras, prevenção e proteção à vida"

Pedro Pavão deixou claro: "pode funcionar se todos fizerem a sua parte. Por isso, o Sincomercio Marília  manifesta aqui sua análise e orientações após consultas a outras entidades, à FecomercioSP, a diferentes empresários e especialistas".  A entidade deve divulgar em breve uma relação das medidas econômicas oficiais que podem oferecer suporte às empresas.

Colapso nas indústrias

Se no comércio, o fechamento por mais 15 dias tem reflexo imediato, no setor industrial a situação também é preocupante, principalmente no setor alimentício (Marília é considerada a Capital Nacional do Alimento).

O presidente do Sindicato da Alimentação, Wilson Vidoto Manzon, informou agora à tarde que grandes indústrias do setor, como a Dori e a Bel, já concederam férias coletivas.

O setor de amendoim e chocolates da Dori, onde trabalham cerca de 400 pessoas, está parado. Outras grandes fabricantes, como a Marilan e a Nestlé, ainda estão produzindo.

A maior preocupação daqui para frente é quanto a falta de matéria prima. Wilson Vidoto citou dois ingredientes fundamentais para a maioria das fábricas de Marília: o trigo (importado principalmente da Argentina e EUA - cujos países enfrentam grandes dificuldades devido ao coronavírus) e a glicose/açúcar, já que as usinas estão praticamente paradas, só produzindo álcool em gel.

Além disso, como os produtos normalmente têm curta validade, as indústrias reduzem a fabricação por conta da logística de distribuição que está cada vez mais difícil.

Receba nossas notícias no seu celular: Clique Aqui.
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288


Desenvolvido por StrikeOn.