Professor brasileiro está entre os 10 melhores do mundo

Ele é o único brasileiro na lista seleta. Wemerson está concorrendo com educadores de países como Inglaterra, Alemanha, Espanha e Austrália.
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O professor Wemerson Nogueira da Silva, 26, deu mais um passo para a conquista do prêmio de melhor professor do mundo.

Ele, que estava na época da reportagem entre os 50 finalistas do Professor Global 2017, considerado o “Nobel da educação”, agora passou em mais uma peneira e ficou entre os 10 favoritos para levar o prêmio de US$ 1 milhão. Entre 2012 e 2014, o professor capixaba revolucionou as comunidades pobres de Nova Venécia, sua terra natal, com o projeto ‘Jovens Cientistas’.

A comunidade é carente de tudo e muitos alunos faziam o tráfico de drogas nos arredores e nas dependências da escola. Comecei a motivá-los para a música, para o esporte e, por fim, envolvi os pais. Os alunos passaram a ter interesse pela escola e pelo contexto social”, disse o professor. Ele conta que num dos projetos, o ‘Karaoquímica’, os alunos cantavam as fórmulas de uma matéria normalmente difícil.

Contrariando orientação dos chamados “pedagogos”, ele liberou o celular nas aulas e converteu os aparelhos em fonte de consulta. Depois de detectar que muitos alunos sofriam violência em casa, focou o tema em pesquisas e trabalhos escolares. “Em dois anos, a violência doméstica nessa região caiu 80% e a criminalidade relacionada à droga reduziu 90%.” A forma diferenciada de lecionar deu bons frutos, segundo ele.

“Muitos desses alunos conseguiram entrar no Instituto Federal do Espírito Santo, uma escola concorrida. Eles disseram que nunca tinham sonhado com isso. No ano passado, um aluno meu foi aprovado para o curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo. Pena que, de tão pobre, ele não tinha dinheiro para se manter e não pôde dar continuidade, mas tenho certeza de que não vai desistir.”

Caso vença o Professor Global 2017, o brasileiro já sabe o que fará com o dinheiro. “A prioridade é construir um laboratório de Ciência e Tecnologia na minha cidade, aberta a todos. Sei da importância porque minha escola não tinha um microscópio para mostrar uma célula para os alunos.” Outra parte do dinheiro vai para uma instituição que incentive a formação de professores e, se sobrar, Wemerson usará o restante em sua própria formação.

“Sonho em conhecer a realidade da educação em outros países, os mais avançados, como a Finlândia, e outros mais carentes. Isso pode me ajudar no trabalho no Brasil.” O prêmio é concedido pela Varkey Foundation, com sede em Londres. Os dez finalistas foram selecionados entre 20 mil indicações e inscrições de 179 países.

O vencedor será anunciado no Fórum Global de Educação e Habilidades em Dubai, no domingo, 19 de março de 2017.

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