Primos que perderam os braços resgatando pipa viram fenômenos paralímpicos

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Em seu primeiro Campeonato Mundial, com apenas 16 anos, o caçula da seleção brasileira, Samuel Oliveira, já ganhou cinco medalhas, sendo três de ouro, e entrou na água hoje (17) em busca de mais uma. E ele está acompanhado nesta jornada por um primo, Tiago Oliveira, seu colega e rival na classe S5, com quem dividiu o pódio nos 200m medley.

Os dois tiveram os dois braços amputados em 2015, porque participaram juntos de uma peripécia. Samuca, então com nove anos, foi passar as férias na casa do pai, em Campinas, e em uma tarde ele e Tiago viram uma pipa caída em uma árvore. Subiram no segundo andar da casa, onde encontraram uma barra de ferro. Penduraram-se os dois em um parapeito para tentar puxar a pipa.

As quatro mãos seguravam a barra quando o objeto encostou na rede elétrica, e eles tomaram um choque de 13 mil volts. Por consequência do acidente, ambos sofreram queimaduras e tiveram os braços amputados. 

Mas foi por causa do acidente que Samuca, que não sabia nadar, passou a gostar de ficar na água. "Eu fazia tratamento na AACD, em São Paulo, e fazia fisioterapia na água. Depois de uns meses, eu só queria ficar brincando na água. Como eu não sabia nadar antes de perder os braços, eles me apresentaram para dois professores de natação, que foram meus primeiros técnicos", conta o garoto, que, aos 12 anos, passou a treinar no CT Paralímpico.

Tiago após passar mais tempo internado e em tratamento, quando foi liberado, seguiu o exemplo do primo e passou a procurar um lugar para aprender a nadar em Campinas.

No começo deste ano, os dois foram convidados a treinarem em Uberlândia (MG), defendendo o Praia Clube, instituição que hoje mais investe na natação paralímpica de alto rendimento. Os primos que antes se encontravam apenas eventualmente passaram a morar na mesma cidade e nadar na mesma piscina e representar o Brasil.

"É uma conquista muito grande, estar representando o Brasil desse jeito. A gente já é uma inspiração para pessoas que tem deficiência, sofreram acidente. De nunca desistir, deixar as coisas para trás. Isso é o mais importante." 

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