A Polícia Federal decidiu investigar como um ato terrorista as explosões registradas nas proximidades do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e do anexo da Câmara dos Deputados, na noite dessa quarta-feira (13/11).
Policiais federais e civis do Distrito Federal iniciaram na manhã desta quinta-feira a perícia no corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, homem-bomba que provocou explosões na área da Praça dos Três Poderes.
O trabalho só pôde começar depois que equipes da Polícia Militar do DF (PMDF) desativaram quatro itens suspeitos que estavam próximo ao corpo do homem e poderiam ser explosivos e colocar em risco o trabalho dos peritos.
Três desses itens estavam no cinto de Francisco. O quarto seria um extintor (a alguns metros de distância do ponto da explosão e supostamente adaptado para estourar), cujo pino detonador estava na mochila do homem-bomba.
De acordo com testemunhas, um homem acionou uma bomba contra si mesmo. Ele ainda teria tentado lançar os explosivos contra a estátua que fica em frente ao prédio do STF.
As explosões
Por volta de 19h30 de quarta-feira (13/11), uma explosão destruiu o porta-malas de um veículo estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados, em Brasília. Vinte segundos depois, uma segunda explosão foi ouvida na Praça dos Três Poderes, em frente à sede do Supremo Tribunal Federal.
No porta-malas do veículo danificado foram encontrados tijolos, madeira e fogos de artificio. Bombeiros apagaram as chamas e a fumaça.
Mas rapidamente ficou claro que a segunda explosão havia deixado uma vítima. O corpo de um homem foi encontrado deitado na praça. Ele estava vestido com terno verde com símbolos de cartas de baralho, no que pareceu uma alusão ao personagem de HQs Coringa, que nos últimos anos foi adotado como símbolo por radicais antissistema depois do lançamento do filme Coringa em 2019.
Veja o momento das explosões:
Fonte: CNN
Quem é o homem-bomba?
Francisco foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2020, mas não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa). Segundo o irmão de Francisco, ele era chaveiro e tinha dois filhos, de 37 e 38 anos, do primeiro relacionamento.
Conhecido como “TiÜ França”, ele deixou mensagens numa rede social sobre o ato. Até o momento, não foram encontradas condenações ou processos que envolvam seu nome.
Segundo o canal Globonews, Wanderley Luiz havia alugado uma casa em Ceilândia, nos arredores de Brasília. Após as explosões, policiais fizeram buscas no local e encontraram diversos artefatos explosivos.
Redes sociais atribuídas a Wanderley Luiz que agora se encontram fora do ar continham diversas publicações que indicam um perfil de radicalização de extrema direita, com ataques a "comunistas", mensagens de cunho religioso e contra o Judiciário.
As mensagens são essencialmente capturas de telas de textos que Wanderley Luiz teria mandado para si mesmo no Whatsapp e depois publicado na sua conta no Facebook.
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