Pessoas com espectro autista ainda sofrem com despreparo de escolas e da sociedade

Instituições de ensino regulares não dispõem de qualificação profissional para desenvolvimento positivo da deficiência.
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O preconceito é uma barreira constante, e pode surgir até de onde menos se espera: dentro de casa.

O termo “deficiente” carrega um peso, imposto exclusivamente pela sociedade. Incapaz, inútil, baldado. Voltando à obra que esclarece as palavras da língua portuguesa, nenhuma dessas é encontrada. Qualquer que seja a deficiência – motora, sensorial ou transtorno do espectro autista (TEA) – é possível inserção natural ao cotidiano.

Maryse Suplino, do Insituto Ann Sullivan, que trabalha há mais de 20 anos com pessoas com espectro autista, defende que a educação é o ponto principal do acompanhamento. “Estar na escola é um meio de inseri-las no convívio social, que junto às demais ferramentas como saúde e assistência social, vão resultar no progresso saudável pretendido”, coloca a psicopedagoga. Entretanto, quando o assunto é educação, quem está do outro lado também se torna personagem. “O maior desafio é preparar e trabalhar a sociedade para que olhe além da condição e enxergue aquele que tem TEA também como pessoa”, explica.

E a família necessita aprender. Há muitos episódios de atitudes desmotivadoras por familiares próximos ou até mesmo abandono de pais e mães. Segundo Maryse, isso acontece porque não aceitam que a criança possa vir a desempenhar outros papeis senão a de espectro autista.

O acompanhamento se faz necessário para os deficientes e seus responsáveis, para buscar entender a condição e uma conduta correta diante do comportamento retraído do filho e essa é grande parte da demanda em casos de TEA.

uando as crianças têm até 3 ou 4 anos, os pais são os pacientes da consulta. São com eles os primeiros contatos, pois os espectro autistas ainda têm pouca idade para que o trabalho tenha grandes efeitos. Mas, a escola, que já é fundamental, passa a ser indispensável.

Uma questão importante para ser levada em consideração é se a escola está preparada para receber aquela criança. Devido ao aumento de casos como o TEA, a dislexia e a hiperatividade, por exemplo, todas as escolas deveriam dispor de material didático adaptado de acordo com as necessidades exigidas por cada condição. Mas isso não acontece. São poucas as que assumem este desafio e muitas chegam a dispensar o acolhimento do aluno, o que, por se tratar de uma deficiência oficializada por Lei (12.764/2012), é considerado crime. 

Pensar que apenas colégios especiais devem ser cogitados é um grande erro, as Escolas regulares não devem ser dispensadas.

Quando os professores não são qualificados sobre o que precisam absorver, tanto eles quanto a escola podem se assustar com uma situação nova. Mas é dever deles aprender e dos pais de ensinar. É quando os papéis se invertem em busca de um objetivo em comum: melhorar a qualidade da educação para os deficientes, incluindo os com espectro autista, no Brasil.

 

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