Perigo nas rodovias: caminhoneiro é flagrado pela PRF com 'rebite' na BR-153

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Droga ameaça a vida de outros motoristas. É como "dormir de olhos abertos"

Um caminhoneiro de 66 anos foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) transportando compromidos conhecidos popularmente como "rebite".

Trata-se de uma droga que inibe o sono e usada por muitos motoristas profissionais para conseguir ficar acordado muitas horas além do período normal de descanso. O objetivo alegado por eles quase sempre o mesmo: faturar mais ou cumprir os prazos de entrega das mercadorias.

O flagrante foi feito pela PRF em Guaiçara, região de Lins (base localizada na BR-153).

Os inspetores deram ordem de parada à uma carreta e, durante a fiscalização, resolveram verificar o disco diagrama do tacógrafo.

Foi constatado que ele havia descansado poucas vezes nos últimos três dias, o que aumentou a suspeita dele estar fazendo uso do tal "rebite".

Ao ser feita uma busca pessoal, foram encontrados 19 comprimidos do medicamento (Nobésio Extraforte), justamente o tal inibidor de sono.

Mas, como ele não apresentava sintomas de uso recente, o caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária, com apreensão do medicamento e agora vai responder pelo crime de posse de entorpecentes. 

Como pela legislação em vigor são necessárias 11 horas de descanso (das quais 8 ininterruptas), o caminhoneiro teve que ficar aguardando esse prazo em um posto de combustíveis próximo a base da PRF e só poderia retornar à viagem na madrugada deste domingo.

Motorista fica "ligadão"

De acordo com inspetores federais, há diferentes relatos de caminhoneiros que usam o "rebite". O risco é muito grande porque eles ficam com os olhos abertos, mas o cérebro não responde aos estímulos.

É como se estivesse dormindo. "Já tivemos relatos de caminhoneiros que viram um navio passando na frente dele e outro que seu colega havia sido assaltado e amarrado no retrovisor do veículo.

Como funciona?

Como estimulante, o rebite faz o cérebro trabalhar mais rápido, causando a impressão de diminuição do cansaço. No entanto, esse efeito, além de ilusório (o cansaço chega inevitavelmente em seguida, e por vezes até mais forte), não vem desacompanhado.

A anfetamina leva o organismo a funcionar acima de sua capacidade e pode resultar em diferentes efeitos como alterações de estado mental (ansiedade, estresse, irritação e agressividade), taquicardia, dilatação das pupilas (o que é extremamente perigoso para o motorista na estrada, principalmente à noite), aumento da pressão arterial, perda de apetite, insônia e outros.

Um perigo ainda maior é a dependência: depois das primeiras experiências, é comum que o usuário sinta necessidade de ingerir doses cada vez mais altas da droga para sentir o efeito desejado.

O uso constante e exagerado pode gerar problemas ainda mais graves.

Exame toxicológico

Devido aos números alarmantes e dos frequentes casos de acidentes envolvendo motoristas que fizeram uso de alguma substância que se instituiu, em 2016, a obrigatoriedade do exame toxicológico para renovação de carteira das categorias C, D e E.

Essa é uma medida preventiva que, juntamente com a formulação de jornadas de trabalho mais justas por parte dos contratantes e a conscientização dos riscos da automedicação pelos motoristas, tem o potencial de reduzir e desestimular o uso de qualquer tipo de droga associado à direção dos veículos.

 

 

 

 

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