Um corpo foi carbonizado no "seu lugar". Objetivo era fugir com dinheiro de golpe contra a previdência social.
Após 50 anos de um dos casos que mais chamaram a atenção da polícia mariliense, o jornalista Nelson Gonçalves, traz uma reportagem investigativa sobre o caso do contador e pastor de Marília, Nathanael Bizarro Rosa. Ele simulou a própria morte só para fugir com o dinheiro que conseguiu após golpe contra o antigo INPS (hoje INSS) onde trabalhava.
Nathanael Bizarro Rosa na época era um homem conceituado em Marília.
A reportagem traz uma série de detalhes, a começar pelo sobrenome do acusado ("Bizarro"), um adjetivo que qualifica aquilo que é incomum. Em 1972, Natael colocou o corpo de uma outra pessoa (já morta) no seu carro e ateou fogo.
A publicação da reportagem investigativa foi feita no portal editado por Nelson Gonçalves (Folha 2), em Rio Preto, numa parceria com o Visão Notícias. Acompanhe todos os detalhes clicando AQUI.
O golpe
Como na época os recursos técnicos dos peritos quase não existiam, acreditava que o plano daria certo. Ele até enganou quase toda população mariliense.
Enquanto sua "morte" era reverenciada (era pastor de uma das mais tradicionais igrejas evangélicas; tesoureiro do antigo INPS vereador), a Polícia Civil de Marília começava a reunir peças de um quebra-cabeças para descobrir se realmente a vítima encontrada morta seria mesmo de Natanael.
Morreu mesmo?
Detalhes chamaram a atenção dos investigadores. O corpo encontrado completamente carbonizado estava no banco dianteiro do carro de Natanael, encontrado abandonado em um abismo às margens de uma rodovia no Paraná.
O delegado Lourival Luiz Viana era um dos que indagava o fato de aliança ter sido encontrada intacta ao lado do corpo, para propositalmente fazer ligação para a identificação com o corpo carbonizado.
Embaixo do banco dianteiro estavam objetos praticamente intactos que possibilitaram, na época, a identificação do corpo por familiares e amigos. A aliança dele (trazia o nome gravado da esposa) estranhamente estava intacta e o seu relógio de ouro, do qual nunca desgrudava, havia sumido.
Mas, passados alguns meses, a suposta "vítima carbonizada" poderia estar envolvida na época um desfalque em torno de 300 milhões. As auditorias nas contas e investigações corriam de forma sigilosa
Se passaram por padres!
Delegado Gastão Monteiro Puga e o investigador Rui Garrido tiveram de se disfarçarem de padres para poder entrar na fazenda para prender Nathanael.
A partir daí, policiais civís passaram a duvidar daquela "honestidade" da pessoa morta. As investigações de voltaram à uma fazenda numa pequena cidade do interior do Mato Grosso. O local era cercado por um grupo jagunços fortemente armados.
O delegado seccional Gastão Monteiro Puga e o investigador Rui Garrido agiram de forma inusitada, já que conheciam Natanael. Eles se passaram por padres e conheguiam entrar na propriedade. Lá reconheceram o "dono" da propriedade como sendo o mariliense e efetuaram sua prisão.
Quem é Nelson Gonçalves
Nascido em Marília, onde também trabalhou em jornal impresso, teve passagens por várias cidades, incluindo trabalho em grandes veículos como Folha de S.Paulo, Globo e Record.
Desde 1990, se mudou para São José do Rio Preto onde, desde 1998, mantém um jornal semanário e um site de grande visibilidade na região.
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