Aos 15 anos, o pastor Miguel Oliveira ganhou notoriedade após afirmar ser capaz de curar o câncer, exigir dinheiro em troca de bênçãos e declarar ter nascido surdo e mudo, sem os tímpanos e sem as cordas vocais. Acusado nas redes sociais de extorquir fiéis com mentiras e falsas promessas, o jovem virou alvo de ataques e ameaças.
O adolescente nasceu em Carapicuíba, interior de São Paulo, onde está a sede da igreja Assembleia de Deus Avivamento Profético, na qual atua como pregador. Ele diz ter iniciado sua “missão” aos 3 anos, após ter sido supostamente curado da surdez e da mudez. Hoje, participa de diversos eventos religiosos pelo país e concede entrevistas a podcasts e emissoras de rádio e TV.
Em uma de suas pregações, registrada em vídeo, Miguel Oliveira diz ter curado uma mulher vítima de leucemia. “Eu rasgo o câncer, eu filtro o seu sangue e eu curo a leucemia”, bradou, enquanto rasgava os exames com o diagnóstico da doença diante da mulher em prantos.
Em outra fala que repercutiu, o pastor Miguel Oliveira disse que curou um paralítico em uma de suas primeiras pregações. “Ele jogou as muletas foras e saiu correndo pela igreja”, narrou.
Imitação mirim
Os críticos de Miguel Oliveira afirmam ainda que o pregador imita outros pastores famosos e não debate questões religiosas, limitando-se a mensagens motivacionais com “previsões” sobre a vida dos fiéis. Após as declarações e os ataques nas redes, o perfil do adolescente no Instagram chegou a ser retirado do ar pela plataforma, mas foi restabelecido em seguida.

Nas pregações, o adolescente diz se comunicar em línguas desconhecidas, mas foi flagrado incluindo palavras em inglês durante esses momentos, o que aumentou a desconfiança dos fiéis.
A forma como Miguel Oliveira exige doações em dinheiro também chama a atenção. “Quero agora quatro pessoas aqui no altar para doar R$ 1 mil. A velocidade com que você vem é a velocidade com que o milagre [na sua vida] será realizado”, diz ele durante um culto.
Ameaças nas redes sociais

As críticas ao pastor mirim rapidamente se transformaram em ameaças nas redes sociais.
“Ele precisa é de um susto, mas tem alguém por trás dele. Todos precisam de uma lição, inclusive quem está apoiando e seguindo ele”, diz um comentário na página de Miguel.
“Esse pequeno moleque está mais para capeta em forma de gente. Pior que ainda tem gente que acredita. Alguém tem que parar esse moleque o mais rápido possível”, afirma outro.
Em março deste ano, em entrevista ao site Fuxico Gospel, o pastor mirim chegou a afirmar que já sofreu ameaças de morte. “Recebi um vídeo, de visualização única, dizendo que, se eu pisasse na cidade de Maringá [para pregar], eu iria levar tiros. Há muitas ameaças também nas redes sociais”, relatou.
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