Ele realizou escavações às margens de uma rodovia
O paleontólogo William Nava, diretor do Museu de Paleontologia de Marília, anunciou mais uma importante descoberta na região. Desta vez o crânio de um crocodilo que pode ser do período Cretáceo (há cerca de 70 - 80 milhões de anos), a exemplo de outras descobertas que já realizou.
William Nava observou que os dois fósseis serão submetidos a estudos mais aprofundados, a exemplo do que ocorreu com outros dois casos semelhantes que tornaram Marília muito conhecida na área de paleontologia.
Como foi a descoberta

Crânio do crocodilo em preparação no Museu de Paleontologia de Marília.
As escavações de Willian Nava foram realizadas às margens de uma rodovia, quando se deparou com a presença de pequenos ossos fossilizados que lhe chamaram a atenção. Verificou mais atentamente e confirmou se tratar de duas vértebras isoladas, mas próximas uma da outra.
Ele relata:
“Escavei com cuidado e, numa fratura natural da rocha de arenito, parte do bloco desprendeu do barranco, revelando outros restos ósseos em seu interior. Os fósseis foram então trazidos ao laboratório do Museu de Paleontologia de Marília para trabalhos de preparação mecânica com equipamentos como caneta preparadora, estiletes e outras pequenas ferramentas. Aproveitei os feriados da semana passada para remover pequenas porções de arenitos que recobrem os fósseis, e nessa atividade, surgiram também evidências do crânio do crocodilo”.
O paleontólogo explicou que o crânio é pequeno, medindo cerca de 6 a 7 cm de comprimento, está em vista dorsal, o que impede de observar os dentes. “Assim que tivermos acesso à dentição, poderemos confirmar se se trata de algum crocodilo da espécie Mariliasuchus ou outra espécie diferente" disse Nava.
Soterramento rápido

Detalhes das escavações realizadas por Willian Nava.
Segundo ele, o crânio está articulado às vértebras cervicais e parte da cintura escapular, indicando possível soterramento rápido, o que acabou preservando o esqueleto em posição de vida. Esse achado é o primeiro crânio revelado por Nava neste ano e também sugere que o afloramento de rochas de onde aparecem tais fósseis pode ter potencial para novas descobertas.
Nas proximidades desse local, Nava já tinha registrado, anos atrás, restos ósseos isolados também pertencentes a pequenos crocodilos, porém eram partes muito mal conservadas, não permitindo estudos.
Terra dos dinossauros
Aliás, Marília é bastante conhecida pela ocorrência dos pequenos crocodilos Mariliasuchus amarali e Adamantinasuchus navai, que viveram durante o período Cretáceo, há cerca de 70 - 80 milhões de anos.
É o mesmo período dos grandes titanossauros, que foram dinos pescoçudos, quadrúpedes e herbívoros, com muitos registros de fósseis pela região.
Um exemplo é o famoso Dinotitã de Marília, atualmente em estudos na UnB - Universidade de Brasília por meio do paleontólogo e geólogo Rodrigo Santucci em parceria com William Nava.
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