O drama das meninas que têm os seios queimados a ferro para "adiar a puberdade"

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Simone teve os seios queimados aos 13 anos. Kinaya passou pelo mesmo aos 10. Os nomes das meninas são fictícios, mas suas histórias, não.

As duas vivem no Reino Unido e são de famílias de origem africana, onde a prática de queimar a ferro seios de adolescentes, na tentativa de atrasar seu crescimento, é muito comum em algumas regiões.

"Minha mãe dizia que se (meus seios) não fossem queimados a ferro, os homens iriam começar a se aproximar de mim, buscando sexo", conta Kinaya.

Normalmente é a própria mãe quem queima o peito das filhas. Usam uma pedra, uma colher ou até mesmo um ferro de passar quentes para achatar os seios das jovens na puberdade.

A prática pode se repetir ao longo de meses. "O tempo não apaga esse tipo de dor. Você não pode chorar. Se você chora, dizem que você envergonha a família por não ser uma garota forte", relata Kinaya.

Estima-se que mais de mil meninas tiveram os seios queimados dessa forma no Reino Unido. A prática está sendo questionada e o Sindicato Nacional de Educação britânico alerta que as escolas britânicas são obrigadas a proteger as meninas desse tipo de abuso. Para o governo, professores têm obrigação de comunicar a prática.

Kinaya já é adulta e tem filhas. Quando a mais velha completou 10 anos, a mãe dela sugeriu submetê-la à prática. "Eu disse não, não, não. Nenhuma filha minha vai passar pelo que eu passei. Eu ainda vivo com o trauma".

Ela mudou-se para longe da família, temendo que seus parentes fossem querer queimar o peito das filhas à força, sem a autorização dela.

Crime escondido: No Reino Unido, não há um crime especifico para quem queima os seios a ferro. Mas o governo encara a prática como abuso infantil e informa que quem comete o ato pode ser processado.

Simone ainda carrega as cicatrizes dos abusos aos quais foi submetida. Ela quer aumentar a consciência das pessoas sobre o que está acontecendo.

Kiri Tunks, do Sindicato Nacional da Educação do Reino Unido, pede que professores e funcionários de escolas prestem mais atenção aos sinais.

 

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