Patrícia Palomo dos Santos foi condenada a cumprir pena de 22 anos e 15 dias de prisão em regime fechado
A secretária Patrícia Palomo dos Santos, de 33 anos, foi condenada a 22 anos e 15 dias de prisão por matar seu ex-companheiro, o mecânico Weber Roberto Aguiar, de 31 anos, conhecido como “Nino”. A condenação foi pelo Tribunal do Júri nesta tarde (06) que acatou a tese da acusação de homicídio qualificado por asfixia.
O advogado de defesa de Patrícia, Luiz Carlos Clemente, tentou desqualificar a investigação da Polícia Civil, afirmando que o trabalho não havia sido feito da forma como deveria. Ele também disse aos jurados que os policiais tinham o costume de pegar o primeiro suspeito e rapidamente acusá-lo, sem saber se seria ou não culpado, com o único objetivo de “esclarecer” o crime.
Clemente tentou usar um laudo pericial para afirmar que Patrícia era inocente. Ele mostrou um exame no carro da acusada, “provando” que não havia nenhuma marca de sangue, ou mesmo indícios de ter sido feita uma limpeza no veículo, com o objetivo de esconder provas do assassinato. Por vários minutos leu e releu essa parte do processo, causando estranhamento nas pessoas que acompanhavam o júri.
O promotor Rafael Abujamra, responsável pela acusação do Ministério Público, rebateu o laudo apresentado pelo defensor, dizendo que seria impossível ter sido encontrado qualquer vestígio de sangue, já que a vítima havia falecido por asfixia, sem nenhum corte ou perfuração que provocasse sangramento.
Patrícia deixa o Tribunal do Juri após a condenação
Em sua tréplica, Clemente pediu desculpas porque o ar condicionado, que estava desligado, estaria fazendo mal para sua voz. O promotor Abujamra imediatamente disse que o aparelho não estava ligado, deixando o defensor nervoso, alterado de forma desproporcional, demonstrando certo descontrole emocional, ameaçando a abandonar o julgamento.
"SENSACIONALISMO" - Assim que voltou a falar com os jurados, o advogado passou a acusar a imprensa de fazer sensacionalismo e influenciar pessoas em seus depoimentos. Ele começou a contar casos antigos que teria defendido, afirmando que a imprensa era “marrom” e continuando a sustentar que Patrícia era inocente.
Após todas as explanações da defesa e da acusação, os jurados iniciaram a votação e por maioria de votos, concluíram que Patrícia Palomo dos Santos era a responsável pelo homicídio de “Nino”. O juiz Angel Tomas Castroviejo, aplicou pena, considerando o fato de a ré ser reincidente em processos criminais e pelo envolvimento de um menor de idade, totalizando 22 anos e 15 dias de prisão em regime fechado.
Homicídio – O corpo de “Nino” foi encontrado pela Polícia Militar no dia 25 de junho de 2012, através de patrulhamento de rotina por uma estrada de terra no final da Rua Maria Fernandes Cavallari. Os policiais foram alertados por uma moradora da região, sobre o corpo de uma pessoa que estava no meio do cafezal. As mãos da vítima e seu pescoço estavam amarrados por corda.
A cabeça da vítima estava coberta por uma camiseta, que ajudou a preservar o rosto, sendo possível sua rápida identificação. Havia marcas pelo chão de terra do local, indicando que o mecânico foi arrastado da estrada até o meio do cafezal, onde os criminosos atearam fogo em seu corpo.
Segundo apurado pela Polícia Civil, o assassinato ocorreu após a secretária fornecer drogas para a vítima, que era usuária de entorpecentes. Ela teria contado com a ajuda de um adolescente que foi identificado. “Nino” foi morto através de asfixia, com o uso de uma corda, na residência do casal, na Avenida Francisco Chaves de Moraes, no Núcleo Habitacional Jânio Quadros. O corpo da vítima teria sido transportado no porta-malas de um veículo Santana, cor azul, de propriedade de Patrícia, até o cafezal onde foi carbonizado.
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