Uma esteticista de 31 anos denunciou na Polícia Civil de Marília ter sido vítima de preconceito racial durante atendimento em uma farmácia. Segundo ela, os funcionários teriam ficado a observando durante a procura por produtos e, no caixa, ao pagar em dinheiro, a atendente recusou, alegando que a nota estaria "rasgada". A situação ficou pior porque no dia seguinte uma colega foi com a mesma cédula na empresa, fez compras e pagou normalmente, sem ser importunada.
O caso ocorreu em uma farmácia de uma rede no Núcleo Cecap, na zona leste da cidade. A vítima, cuja cor é preta, relatou que esteve no estabelecimento a procura de um determinado produto. Como não tinha no estoque, resolveu procurar outros que também precisava e foi orientada de que precisava registrá-los no balcão antes de passar pelo caixa.
A vítima percebeu que, ao passar pelas prateleiras teria sido constantemente observada por funcionários. Ao passar pelo caixa, o constrangimento: entregou uma cédula de R$ 50,00 para pagar a conta (R$47,85).
A responsável teria olhado a nota por todos os ângulos para verificar se era falsa, porém confirmou que a nota era verdadeira. Mesmo assim, teria encontrado um "problema": o dinheiro teria um pequeno rasgo e, por isso, foi recusado. Como estava sem cartão, teve que ligar para o esposo que fez o pix.
Diferença no atendimento
No dia seguinte, a esteticista relatou a situação constrangedora que havia passado para uma amiga. Ela, uma professora de 40 anos, de cor de pele mais morena, resolveu fazer o mesmo procedimento.
Foi à farmácia, observou as prateleiras, pegou alguns produtos (sem ser "fiscalizada"), passou no caixa com a mesma cédula que havia sido recusada no dia anterior e o pagamento foi feito sem nenhum problema.
O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária como Preconceitos de Raça ou de Cor - Praticar a discriminação, previsto no artigo 20 da Lei nº 7.716/89 (Lei do Crime Racial). A pena pode chegar a três anos de prisão.
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