Morte de estudante mariliense mobiliza duas equipes médicas para captação de órgãos

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Conheça a logística que salva muitas vidas, mesmo após uma tragédia.

O gesto de amor ao próximo na doação de órgãos, como foi o caso da manifestação da estudante de Direito, Isabella Eduarda Santos Vieira, de 20 anos, mobilizou uma grande logística em Marília. Ela morreu em grave acidente na rodovia do Contorno e o corpo começa a ser velado logo mais às 19h30.

Dois jatos, com equipes médicas, pousaram na cidade para a captação, procedentes de São Paulo. Um deles retornou à capital paulista e outro seguiu para Brasília, visando o transplante dos órgãos captados em pacientes que muitas vezes aguardam meses e até anos na "fila".

Um dos jatos mobilizados na operação de captação de órgãos em Marília.

O Visão Notícias acompanhou os bastidores dessa operação. Para se ter uma ideia do que representa esse esforço médico (após a intenção de doar os órgãos do paciente), calcula-se que apenas essa operação custou em torno de 250 mil reais, apenas entre o fretamento dos dois jatos e das equipes médicas especializadas.

O custo só não foi maior porque o empresário João Pinheiro, da Sugar Brazil. Ao saber dessa mobilização médica, rapidamente cedeu, sem custos, o seu hangar no aeroporto para o estacionamento das aeronaves até que a captação fosse realizada no Hospital das Clínicas. Isso significou uma "economia" de pelo menos R$ 5 mil.

Sepultamento de Isabella 

No caso da estudante Isabella Eduarda Santos Vieira, que morreu vítima de grave acidente de moto na rodovia do Contorno, o corpo dela foi velado na (sala 5 do Velório Municipal), após ser feita a captação dos órgãos e posteriormente autópsia no IML (Instituto Médico Legal).

O sepultamento do corpo da estudante foi na manhã desta quarta-feira (15), no cemitério da Saudade.

Importância da conscientização

João Pinheiro, com os filhos, acompanha a mobilização das equipes de captação em seu hangar, no aeroporto.

Ao comentar toda essa mobilização, o empresário João Pinheiro ressaltou o que considera essencial: a importância das pessoas se manifestarem em vida (ou posteriormente das próprias famílias) de que são favoráveis à doação de órgãos.

"Infelizmente é uma dor muito grande a perda de um ente querido. Mas, esse gesto de amor representa salvar outras vidas. O custo da logística na captação sempre vai existir, porém nada recompensa mais do que ver o final feliz de pessoas que estão na fila de transplantes", afirmou o empresário.

Eu quero ser doador!

Muitas vezes o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. O SUS (Sistema Único de Saúde), tem o maior programa público de transplante do mundo, no qual cerca de 87% dos transplantes de órgãos são feitos com recursos públicos, permitindo que cada vez mais pessoas tenham uma vida melhor.

Mas, para continuar assim, é preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão. Por isso, se você quer ser doador de órgãos, avise à sua família.

O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

É importante falar para a sua família que deseja ser um doador de órgãos, para que após a sua morte, os familiares possam autorizara doação e retirada dos órgãos e tecidos.

Dois tipos de doadores

No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Há dois tipos de doador: o primeiro é o doador vivo (desde que não prejudique a sua própria saúde) - pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão.

O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de danos cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes. 
Mais informações sobre como ser doador, clique AQUI.

Fila de receptores

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

É preciso conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto, deixando clara sua intenção de doar. 

Confira no vídeo:

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