Monitora morta a enxadadas por interno em clínica de recuperação acolhia moradores de rua

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Vítima era proprietária da clínica de recuperação. Filha afirma que "vivia para isso"

A filha única da monitora Simone Vieira da Costa, de 52 anos, que foi morta por um interno a enxadadas em uma clínica de recuperação em Marília lamentou a morte da mulher. A vítima foi sepultada na manhã desta quinta-feira, no Cemitério da Saudade. O interno, de 37 anos, foi preso em flagrante.

Rafaela Vieira da Costa Rodrigues, de 22 anos, pontuou que o sonho da mãe era acolher todas as pessoas em situação de rua com a intenção de abrigar, alimentar a ajudar na cura.

O trabalho com os moradores em situação de rua começou em 2015, com a doação de marmitas. Mas, a vontade de fazer mais por aqueles necessitados de ajuda e acolhimento “gritou mais alto”.

Por isso, Simone fundou a clínica de recuperação, nomeada Estância Peniel, localizada às margens da SP-333, em Marília. O sonho, que começou lá em 2018, foi interrompido com a fatalidade.

Trabalho nobre e corajoso

O trabalho voluntário desenvolvido pela monitora é descrito pela filha como nobre e corajoso, já que estava diariamente exposta e vulnerável. Simone era presidente da clínica e investia recursos próprios no trabalho voluntário.

Ela vivia para isso, só pensava em ajudar. Ninguém conseguia tirar da cabeça dela este pensamento. Ela dizia que eu nunca iria entender o porquê dela fazer este trabalho com tanto amor e dedicação”, reforça.

O local passava por reformulação e contava com quatro internos, além dos funcionários voluntários, como psicólogos que atendiam semanalmente.

Brigas com o acusado

Conforme Mônica, em relação ao interno que cometeu o homicídio, ele havia passado pelo acolhimento, mas ainda estava sem os medicamentos por ser recente. O relacionamento dos dois era tranquilo, apesar das brigas.

"Ele xingava, falava palavrões, mas nunca chegou a agredir fisicamente a Simone. Mas, ela estava exposta, vulnerável. Esse interno foi o primeiro que ela acolheu em uma clínica que ela tinha em outro endereço, então ela confiava que ele acalmaria. Mas, pelo que o médico havia dito, ele tinha sinais de esquizofrenia. Tinham restrições e regras a serem cumpridas no local e isso não agrada a todos. É um trabalho difícil, que requer disposição, e isso ela tinha", garante a vice-presidente da clínica, Mônica Casagrande Neto.

Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para atender ao caso. No local, encontraram o corpo da vítima caído em uma horta. O interno, que no momento ainda estava com a enxada, confessou o crime. Informações: G-1.

 

 

 

 

 

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