Ele e a esposa foram agredidos ao tentar conversar com o familiar, que se preparava para ir a uma festa.
Após ser agredido por um familiar por alertar sobre os riscos da Covid-19, em Toledo, no oeste do Paraná, o médico infectologista José Eduardo Mainart Panini faz questão de continuar divulgando sobre a importância do combate ao novo coronavírus.
"A gente tem que pensar que ainda tem muito trabalho pela frente. Então não dá para desanimar, não dá para se calar diante dos fatos. O que a gente precisa é continuar trabalhando, porque essa pandemia vai longe ainda, infelizmente", disse o médico.
Panini e a esposa foram agredidos ao tentar conversar com o familiar, que se preparava para ir a uma festa.
"Fomos tentar falar que era errado, que ele não deveria ir à balada e colocar em risco a saúde de ninguém, e ele já partiu para cima de mim. Até que chegou um amigo dele, que estava no carro o esperando, me segurou no chão, me deu um mata-leão, apertando muito meu pescoço, enquanto esse familiar me agredia. Minha esposa, que também é médica, também foi agredida com um soco."
A Polícia Civil de Toledo informou que acompanha o caso, mas não passou detalhes porque se trata de uma ocorrência de violência doméstica, já que a lesão corporal ocorreu no ambiente familiar.
A agressão ocorreu no mesmo dia em que o Governo do Paraná estabeleceu medidas mais rígidas em relação à pandemia no estado, devido o aumento expressivo no número de contaminados e de mortos pela doença.
"Eu cheguei em casa depois de passar o dia em reunião justamente vendo que a situação da pandemia tinha piorado muito. Daí veio esse familiar, que mora com idosos, e falou que ia desrespeitar tudo. Fui agredido por tentar alertar sobre a atual situação da pandemia e por uma pessoa que realmente não se solidariza com o que está acontecendo. Dói, mas sinto que estou do lado que zela pela vida", comentou Panini.
O caso ganhou repercussão após o médico publicar sobre o ocorrido em uma rede social
Panini tem 31 anos e é médico há sete anos. Ele atua na Prefeitura Municipal de Toledo, no Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar) e no Hospital Doutor Campagnolo.
A vítima disse que tem atuado na linha de frente desde o início da pandemia e o trabalho tem sido exaustivo, mas sabe o quanto é essencial na luta contra a doença.
Repúdio à agressão
O Conselho Municipal de Saúde de Toledo emitiu uma nota de repúdio sobre a agressão sofrida pelo médico. Pediu ainda que os autores sejam identificados e punidos. (G1)
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