"É um pesadelo", afirma Laís ao Visão Notícias e diz que vai à promotoria saber sobre o caso.

Após mais de dois meses de luto, noites sem dormir e tratamento psicológico por qual a família está passando, a mãe do garoto Lorenzo Febronio Nunes, de cinco anos, assassinado com muita crueldade, a recepcionista Laís Febrônio de Lima, concordou em falar com a reportagem do Visão Notícias:

"É um pesadelo"

É assim que Laís consegue resumir os momentos que vem passando. Ela informou que nesta terça-feira, às 16h30, estará no Ministério Público para saber como estão as investigações sobre outro menor envolvido no caso, pois acredita que ele teve mesmo participação.

A morte de Lorenzo teve uma grande comoção em Marília e em toda região, principalmente pela forma com que aconteceu e pelo motivo alegado pela própria assassina, uma adolescente de 14 anos.

Ela disse que matou a vítima a pedradas porque ela havia perguntado o motivo de "usar roupa de homem", ou seja, estaria se referindo a sua opção sexual. Mas, a menor já teria um histórico de violência, envolvida em outras agressões.

Laís não acredita nessa hipótese porque a família não conhecia a adolescente e o garoto, portanto, não tinha contato com ela.

O assassinato de Lorenzo

A morte de Lorenzo ocorreu no dia 11 de fevereiro deste ano, no distrito de Lácio, onde mora a família. O garotinho desapareceu do local onde estava brincando (uma praça em frente sua casa) no começo da noite. Rapidamente centenas de pessoas passaram a procurá-lo, mobilizando todo o distrito e também a Polícia Militar. 

Uma câmera de segurança registrou o momento em que o menino caminhava ao lado da adolescente em direção a um pasto. Depois de um certo tempo, apenas ela retorna. Após ser bastante pressionada pelos moradores, a adolescente acabou confessando o crime: foi morto a pedradas no meio de um pasto.

A polícia também conduziu ao plantão um outro menor, de 13 anos, que possivelmente teria ajudado na execução. Mas, na época, a informação é de que não haveria provas suficientes e acabou sendo liberado.

Internação na Fundação Casa

A menor foi encaminhada à Fundação Casa. Se condenada, ela ficaria internada por apenas três anos naquela unidade. Mas, de acordo com informações extraoficiais é de que a justiça decidiu que a garota ficará internada por tempo indeterminado, passando por exames psicológico e psiquiátrico a cada seis meses.

Desabafo de uma mãe

O caso teve grande comoção em Marília. Tanto que o garotinho chegou na receber uma homenagem oficial do Município. A mãe de Lorenzo, dona Laís, sempre procurou manter silêncio sobre o caso. Aliás, nesse período, apenas enviou uma homenagem, por escrito, que fez ao garotinho.

Mas, na tarde desta segunda-feira, ela decidiu falar pela primeira vez, concedendo entrevista ao Visão Notícias e ao mesmo tempo enviando um vídeo (veja abaixo) falando do seu sofrimento pela perda e pede que a população esteja com ela nesta terça-feira, às 16h30, quando estará no Ministério Público (acompanhada de sua advogada) para saber como está o desdobramento do caso.

Isso porque, no dia do crime, a polícia também conduziu ao plantão um outro menor, de 13 anos, que possivelmente teria ajudado no assassinato. Mas, a informação é de que não haveria provas suficientes e acabou sendo liberado.

Todavia, no seu depoimento a adolescente disse que o tal comparsa (o menor) teria segurado Lorenzo enquanto ela o agredia a pedradas. "Queremos saber se ele também será condenado", afirmou.

Sofrimento da família

Laís, de 27 anos, mora atualmente com seu outro filho, de 10 anos e com sua mãe em Lácio (está separada do marido há três anos). Ela explica que o menino está sofrendo muito, porém evita falar sobre a perda do irmão Ele também passa por tratamento psicológico.

Laís voltou a trabalhar como recepcionista de uma fábrica de condimentos localizada no próprio Distrito, como forma de tentar superar a perda, mas reconhece:

"É muito difícil ter que acreditar tudo isso. As vezes eu penso que não é verdade, que é um pesadelo".

Confira o vídeo enviado pela mãe de Lorenzo: