A covid-19 pode ter interrompido abruptamente a vida do paraense Nilton Barreto dos Santos, morto aos 34 anos na noite do último dia 4 de maio, mas não seu propósito de vida.
O jovem Biomédico de carreira meteórica que, investigava o impacto do novo coronavírus no sistema nervoso central teve parte dos tecidos do pulmão, do coração e do cérebro coletados após a morte para que a pesquisa desenvolvida por ele e seus colegas continue avançando.
A família de Santos, que autorizou a autópsia, quer ajudar a decifrar os mistérios de um vírus que já matou milhões em todo mundo e deixa sequelas ainda não totalmente entendidas pela ciência.
"Autorizamos a coleta do material para entender melhor essa doença. Por exemplo, por que ela está acometendo jovens sem comorbidades como ele, e evitar que outras famílias passem pelo sofrimento que estamos passando", diz a engenheira Sâmia Maracaípe, viúva de Nilton.
O casal estava juntos havia 16 anos.
O esforço com o qual se dedicava à essa pesquisa foi recompensado no ano passado: Nilton foi aprovado em um intercâmbio no hospital Mount Sinai, um dos mais prestigiados dos Estados Unidos.
Mas a pandemia de covid-19 mudaria seus planos. Nilton era considerado pesquisador prodígio por seus pares: "Ele era brilhante e sensacional, uma pessoa com quem adorávamos trabalhar. Ele sempre pensava no coletivo", diz sua orientadora, Carolina Munhoz
"O que me dói mais nisso tudo é que ele realmente estava no auge da carreira dele e a ponto de colher os frutos de seu trabalho árduo", lamenta ela.
O objetivo era entender se o vírus, que ataca e mata os neurônios, pode aumentar a propensão para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como demência, por exemplo.
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Nilton com família e amigos; ele morreu de covid aos 34 anos sem comorbidades — Foto: Arquivo Pessoal/Nilton Barreto dos Santos
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