Pesquisadora explica que possuir ou não a enzima lactase é uma condição genética.
Definida como a condição que faz o indivíduo não conseguir processar o açúcar presente no leite, queijo, iogurte e demais laticínios, a intolerância à lactose possui relação com a enzima que digere a lactose e pode variar inclusive conforme o período de consumo.
Rejane Mattar, doutora em Microbiologia e Imunologia e médica assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica melhor as particularidades dessa restrição alimentar.
Segundo ela, os seres humanos são dos poucos animais que conseguem tomar leite após o período de amamentação e que possuir ou não a enzima lactase, que digere a molécula da lactose após o período de lactância é uma condição genética:
“Nós nascemos com o gene que codifica a enzima lactase e ele está ativo durante o período de amamentação. Após o período de amamentação, existe um declínio fisiológico da atividade do gene da lactase, mas apareceram mutações, que nós chamamos de polimorfismos, e graças a esses polimorfismos o gene que codifica a enzima lactase permanece ativo. Chamamos essa condição de lactasia persistente”.
Um estudo da Universidade Federal do Paraná mostrou que a incidência da lactasia persistente também varia conforme a etnicidade. No Brasil, atinge 51% da população. Essa frequência é bastante diferente em outras regiões do mundo, estando o Brasil em uma posição intermediária.
Muito desconforto
Como o sistema digestivo de uma pessoa com intolerância à lactose não possui a enzima para digerir o açúcar do leite, restam às bactérias da flora intestinal fazerem esse trabalho. É nesse momento que surgem os gases e o desconforto
Contudo, a manifestação dos sintomas depende da percepção visceral: algumas pessoas possuem o intestino mais sensível a gases, distensões e outras mudanças, e outras menos, e mesmo com hipolactasia não apresentam sintomas típicos de intolerância.
Zero lactose!
A nutricionista Lara Natacci, pós-doutoranda em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP, expõe que leite e laticínios possuem diversos nutrientes e que as opções zero lactose não possuem outra diferença significativa na composição nutricional:
“O leite é um alimento bem completo em termos nutricionais e supre várias necessidades nutricionais do nosso corpo. Tem proteínas, tem carboidratos, tem alguns minerais como cálcio e fósforo, algumas vitaminas, vitamina A. Tem também alguns aminoácidos, inclusive a lisina, que é um aminoácido que é ausente nas proteínas de origem vegetal”.
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288





