A voz é firme, a disposição física pulsante e o espírito aventureiro. Soteropolitano, Raymundo Magalhães coleciona uma série de características comumente relacionadas aos jovens de pouca idade. Aos 77 anos, entretanto, surpreende pelo vigor. "Se Deus permitir, vou até aos 120", estima ao ostentar a conquista mais recente, o título de graduado em fisioterapia, obtido há menos de um mês.
Casado e pai de três filhos, Raymundo se reinventou aos 72 anos de idade. Aposentado e mergulhado nas atividades do lar, foi incentivado por um dos filhos a ingressar em um curso superior.
Raymundo detalha que se aposentou após 30 anos de contribuições previdenciárias. No período, decidiu cuidar da casa, de modo a incentivar a esposa a conquistar alguns sonhos. "Ela sempre foi uma mulher muito inteligente. É uma pedagoga, uma psicanalista fantástica. Excelente palestrante. Abdiquei de algumas oportunidades para ela crescer na carreira. Ela é mulher incrível, que sempre quis ajudar as pessoas", destaca com o orgulho o apoio.
Com cursos técnicos em áreas como massoterapia e quiropraxia, Raymundo foi incentivado pelo filho a prestar vestibular para fisioterapia. Quando jovem, Raymundo chegou a cursar engenharia eletromecânica, mas abandonou a graduação quando decidiu se casar.
Diante das novidades, que fazem parte do ciclo da vida, Raymundo voltou à faculdade aos 72 anos. "Na prática, eu já dominava muitas coisas que os professores explicavam. Ainda assim, o ganho técnico foi muito grande. Não tem como dimensionar. No início, os professores pareciam barreiras, mas foram extraordinários", lembra.
No meio da graduação, um problema de saúde afastou Raymundo das salas de aula. No dia 12 de setembro de 2012, sentiu um cansaço estranho. Foi a um instituto médico e acabou ficando por lá durante 30 dias. Ele apresentava características sintomáticas de pré-infarto.
O problema de saúde não afastou o estudante das salas de aula.
Cícero, um dos três filhos do casal, diz que a experiência do pai é estimulante. "A lição que se extrai disso tudo é que que não há limites. A humanidade está muito acostumada a se autolimitar. Isso determina onde você vai. Existe a teoria das crenças autolimitantes, a idade é uma delas. Se você crer que só vai até aqui, você só vai até aqui. Entretanto, não há limites quando você quer ir longe", afirma.
Emocionado, Raymundo Magalhães conclui que nenhuma conquista teria sido possível sem o amor dos filhos e cumplicidade da esposa.
"É uma vitória maiúscula para mim e para a minha família. Conquistei muito mais do que sonhei. Por tudo, tenho que agradecer a Deus, que é quem nos habilita", atesta.
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