Homem que levou choque de 13 mil volts tem alta após 5 meses e desabafa: 'Sobrevivi por milagre'

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O técnico de instalação em fibra ótica que sofreu uma descarga elétrica de 13 mil volts enquanto fazia manutenção em um poste na cidade de Bauru, em dezembro do ano passado, diz que sobreviveu "por um milagre".

Rodrigo Moraes da Silva, 40, que prestava serviços para uma operadora de internet, estava internado em estado grave no Hospital Estadual de Bauru e foi mantido por várias semanas em coma induzido por conta dos ferimentos.

Rodrigo subiu na escada, com um equipamento básico de proteção, para mexer em um cabo de fibra ótica, que não oferece risco de choque. Porém, ele não esperava se deparar com um cabo deixado solto no poste, sem proteção, pela companhia elétrica.

Em entrevista, ele conta que a recuperação não está sendo nada fácil e que, por conta das sequelas do acidente: "Foi nesse cabo que eu encostei. Um cabo 'terra' onde passam 13 mil volts de carga elétrica. Ele devia estar enroladinho, protegido, mas estava exposto e eu não vi. Hoje não sei dizer se a dor foi pior na hora ou se agora, que estou me recuperando".

Rodrigo mora em Bauru, é pai de dois filhos (do primeirto casamento) e em sua nova família, passou a cuidar também de seis enteados.

"Eu sempre fui muito trabalhador e assumi o papel de provedor desde muito cedo. Só que agora estou sem escolha. Depois de passar tantos meses no hospital, me deram alta sem eu ter melhorado. Eu tenho que tomar remédio para dor e também para não dar problema nos enxertos que tive que fazer. Não consigo andar direito, porque a pele e os músculos repuxam. Também não consigo respirar bem e sofro muito."

Ele recebeu alta médica no dia 8 de abril, mas teve que voltar a ficar internado no dia 12 de maio, devido à insuficiência respiratória. Sem contar com um plano de saúde ou seguro pago pela empresa, todo o atendimento está sendo feito pelo SUS.

Apesar das dificuldades financeiras, é quando Rodrigo se olha no espelho que sua autoestima é colocada realmente à prova. Além das cicatrizes por todo o corpo, incluindo ombros, braços, tronco, pernas e rosto, ele ainda perdeu a orelha esquerda, que não pôde ser recuperada.

Ele diz que chora todos os dias ao observar como seu corpo foi desfigurado pela força da eletricidade: "De madrugada, eu acordo gritando de dor. Minha mulher e meus enteados estão me ajudando no que podem, segurando uma barra bem pesada. Mas é difícil quando, além da dor física, você se dá conta de que não pode mais trabalhar como antes para pagar as contas. Para uma pessoa ativa como eu, é um processo muito difícil. Eu rezo para ficar bem logo".  (com informação UOL)

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