Por Daniel Alonso *
Os noticiários nacionais trouxeram a informação de que o ex-presidente Lula, do PT, autorizou amigos a procurar o seu antecessor, o tucano FHC para discutir a crise econômica e política do Brasil e tentar conter o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Acredito que tal movimento, este encontro de dois ex-presidentes, precisa ser encarado de modo trivial. Não como algo extraordinário.
Quem vive política sabe que tais contatos ocorrem, mas não de modo declarado. Avalio que a notoriedade da movimentação foi mais para conter os ânimos de quem está querendo ver o circo pegar fogo. Quando dois caciques sinalizam sinal de paz é que buscam a calmaria, o ambiente para que se encaixe a gestão tão necessária para a autonomia brasileira.
Gostei muito das declarações de FHC, não por ele ser a nossa referência em política, mas por expor que tal aproximação é convencional, dando a entender que ambos já prosearam muito em oportunidades anteriores.
Vou reproduzir as palavras do ex-presidente FHC: ‘Lula tem meus telefones e não precisa de intermediários. Se desejar discutir temas como a reforma política, estou disposto a contribuir. Basta uma agenda clara e de conhecimento público’.
A aproximação dos ex-presidentes é válida sim. Me recordo, claramente, que quando comecei a empreender nunca tive acanhamento em buscar conhecimento, tirar dúvidas e até conselhos, com empresários mais experientes.
Quantas vezes, ainda quando a minha empresa, a Casa Sol, funcionava em seu endereço original, na avenida Euclides da Cunha, no bairro São Miguel, consultei os meus colaboradores, tantos os mais experientes, quanto os mais jovens. Afinal, todos têm algo a nos ensinar, a cooperar para a busca na solução de um problema.
Vejo salutar a aproximação de dois presidentes que estiveram no Planalto por um período idêntico: ambos governaram o Brasil por oito anos. Contudo, nenhum deles enfrentou tamanha crise numa conjugação de descrédito da população coma classe política e denúncias pesadas de corrupção envolvendo gigantes. Envolvendo empresas e companhias que, um dia, foram orgulho da nação brasileira. Hoje nos enche de vergonha.
Meses atrás, quando o meu amigo e senador Aloysio Nunes esteve em Marília, conversamos sobre o impeachment da presidente Dilma. Nunes foi enfático: não seria a alternativa mais apropriada, pois o governo, naquele momento, tinha apoio da maioria dos congressistas.
Mesmo com a rebeldia de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados, na minha opinião, um impeachment da presidente Dilma não proporcionaria uma saída para a crise.
A gestão se faz necessária agora: concreta e prática. Não bravata, revanchismo ou politicagem. Isso tudo tem que ficar de fora.
*Daniel Alonso é empresário, diretor da Casa Sol e ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim)
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