A geração de jovens que não estudam nem trabalham, chamada de "nem nem", cresceu em 2015 e representava quase um quarto do total de jovens brasileiros, segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2016), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (2). De 2014 para 2015, o percentual aumentou de 20% para 22,5%.
O avanço foi ainda maior em relação a 2005, quando a proporção era de 19,7%, de acordo com a pesquisa.
O percentual de homens que não estudavam nem trabalhavam cresceu de 11,1% em 2005 para 15,4% em 2015. Mesmo assim, a proporção de mulheres nessa condição ainda é muito superior (29,8%). Segundo o IBGE, os cuidados com a casa e filhos acabam sendo uma barreira para a entrada de muitas mulheres no mercado de trabalho.
"Quando a gente investiga os jovens homens 'nem nem', você tem um meio a meio entre aqueles que procuraram ou não trabalho. E quando você investiga a relação desses homens com afazeres domésticos, vê que não é um vínculo tão forte como acontece com as mulheres. Entre os homens, 47,4% cuidavam dos afazeres. Entre as mulheres, foi 91,6%", disse a pesquisadora do IBGE, Luanda Botelho
De acordo com a pesquisadora, as características dos "nem nem" se mantêm com o tempo. “São características estruturais. A gente observa que dentre os ‘nem nem’ há uma predominância dos jovens que além de não estudarem e não trabalharem, não procuraram trabalho. E dentre estes jovens, a gente percebe também uma predominância das mulheres.”
Além disso, a pesquisadora enfatizou que a desocupação não pode ser apontada como causa principal da condição de "nem nem", embora, conforme apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, ter sido maior a queda da ocupação entre a população jovem em 2015.
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