Só em Marília, são mais de 13,2 mil pessoas já curadas da doença e que correm o risco de sofrer sequelas.
A técnica em enfermagem Sâmia Regina Aragão, 57 anos, se contaminou enquanto combatia a Covid-19, ainda em maio de 2020, mas conta que vive uma vida completamente diferente de antes da infecção.
“Não tenho equilíbrio para andar, fiquei com neuropatia nos dois pés, problema no coração, tive minha memória afetada, tomo remédio para dormir, meu cabelo caiu muito”, detalha.
Embora curada do novo coronavírus, ela é uma das pessoas que continuam com sequelas da doença, algo que pode ser mais comum do que imaginamos.
Pesquisa comprova
Um estudo realizado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), mostrou disfunções cognitivas em 80% dos pacientes que já foram contaminados pela Covid-19.
A pesquisa, inédita no mundo, mostra que nem mesmo a recuperação física é garantia de uma recuperação cognitiva, e que até aqueles que tiveram casos leves podem continuar com sequelas.
Sequelas
Os sintomas descritos por ela são comuns aos percebidos em casos estudados no Incor.
A maior parte dos voluntários apresentou dificuldade de concentração, perda de memória, dificuldades de raciocínio, mudanças comportamentais e emocionais.
A percepção visual foi afetada em 92,4% dos participantes, enquanto a memória de curto prazo sofreu mudanças em 62,7% e a de longo prazo teve alterações em 26,8% dos pacientes.
A perda da coordenação motora, que ocasiona quedas, também é reclamada por boa parte dos curados da Covid-19.
Os pesquisadores utilizam exercícios cognitivos específicos para reversão dos quadros, analisados caso a caso.
Entendendo os sintomas
Especialistas lembram que não há um tratamento universal que possa atender a todos os pacientes com sequelas, pois cada um exige avaliações específicas. Porém, Lívia pontua que algumas ações simples podem evitar sequelas mais leves.
Na pesquisa do Incor, a neuropsicóloga utiliza o jogo digital MentalPlus®, criado por ela em 2010, e já pôde perceber com o aplicativo disfunções cognitivas em pacientes independentemente do grau da doença, da faixa etária ou do nível de escolaridade. O jogo tem como objetivo auxiliar no diagnóstico de doenças cognitivas e é utilizado por profissionais. Fonte: Brasil-61.
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