Na semana em que se comemora o dia da visibilidade trans (29 de janeiro), a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) divulga um levantamento inédito do número de transgêneros que cumprem pena nos presídios do estado.
Das 22.390 pessoas custodiadas em 19 unidades prisionais de Bauru e região, 11 se declaram mulheres ou homens transexuais (0,49%). Ao todo, 335 presos (1,49%) se dizem LGBT.
A pesquisa mostra que a maioria que se declarou travesti e mulher transexual prefere ficar em unidades masculinas: dos 682 entrevistados que preencheram esse item no questionário, 535 (78,44%) expressaram essa preferência.
Entre os homens trans, 82,35% se declararam a favor de permanecer em unidades femininas.
VÍNCULOS AFETIVOS
Segundo o diretor do Centro de Políticas Específicas (CPE) da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC) do Estado, Charles Bordin, esse fenômeno se explica pela necessidade de criação e manutenção de vínculos afetivos inerentes ao ser humano, porém, ainda mais sensíveis numa situação de encarceramento.
"É comum, nas unidades prisionais, que casais assim formados peçam para coabitar a mesma cela, tendo, portanto, seus vínculos afetivos reconhecidos", explica.
O diretor destaca que a SAP vem investindo na reintegração social da população LGBTQI+ por meio de cursos de capacitação voltados a essa população específica. Entre os programas, estão o "Diversidade à Mesa", que treina reeducandas transexuais e gays como auxiliares de cozinha; e o "Beleza no Cárcere", destinado ao mesmo público, no entanto, com foco em formar maquiadores profissionais.
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