Por Daniel Alonso *
Que a economia brasileira passa por um abalo, ninguém duvida. De notícias pessimistas, o Brasil anda até as tampas. Nesta semana ficou evidente nova manobra do governo federal em trazer de volta um velho fantasma da já pesada carga tributária brasileira: a cobrança da CPMF. Jamais concordei com esta cobrança.
O mais trágico disso tudo é que, somente agora, no segundo semestre, a presidente Dilma Rousseff reconhece a necessidade de se enxugar a máquina pública, extinguindo 10 ministérios e propondo cortes em cargos comissionados.
Se o princípio da eficiência, otimização e busca da qualidade adotada pela iniciativa privada para a sobrevivência e garantia de permanência no mercado fossem adotados pelas esferas governamentais, certamente, não assistiríamos a este triste espetáculo. Um espetáculo onde, cada vez mais, fica evidente que medidas são tomadas somente para sacrificar a classe produtiva, que, mais uma vez se encontra desamparada e no alvo para sofrer com mais uma taxa.
Enquanto assistimos à queda vertiginosa de nosso PIB (produto interno bruto), vemos estarrecidos indústrias precisando cortar empregos, adotar estratégias para segurar os postos de trabalho, recorrendo, muitas vezes ao banco de horas, a redução no nível de sua capacidade produtiva ou aplicando férias coletiva, o associativismo fica, mais uma vez, para segundo plano.
Quem acompanhou o Globo Repórter na sexta-feira, levado ao ar pela Rede Globo, pôde perceber que o associativismo tem tudo a ver com a sobrevivência das espécies. Um grupo de golfinhos, mostrou o programa jornalístico, para conseguir pescar e não perder o cardume, adota estratégias cooperadas: enquanto um levanta um círculo de água barrenta, cheia de lodo para confundir o cardume, outros três se preparam para capturar os peixes, que tentam fugir da parede de lodo. Se eles não adotassem esta prática associativa, certamente, passariam muita fome.
A política do associativismo traz em si séculos de experiência e, através dela, muitas nações superaram crises bem maiores do que a que incomoda nosso país. Cooperando se chega muito à frente, se avança principalmente quando se trata dos pequenos e médios empresários.
O pacote lançado pelo governo federal para proteger os empregos, lamentavelmente, não abarca empresas menores, que, seguem legadas à própria sorte. Neste mês a Associação Comercial e Industrial de Marília completou mais um ano de fundação e ela representa o quanto o associativismo contribui para o fortalecimento.
Neste momento, a recomendação que deixo aos integrantes da classe produtiva é: associai-vos. Junte-se à sua entidade de classe, busque soluções conjuntas. Empreender é um exercício de cooperação.
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* Daniel Alonso é empresário, diretor da Casa Sol e ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim)
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