Uma em cada 10 brasileiras em idade reprodutiva (mais de sete milhões, segundo estimativas do Ministério da Saúde) são afetadas pela endometriose, uma doença inflamatória crônica caracterizada pelo crescimento do tecido endometrial fora do útero, atingindo principalmente ovários, bexiga e intestino.
Apesar de comum, a condição ainda é cercada por desinformação e demora no diagnóstico, podendo levar de sete a 10 anos desde o início dos sintomas.
Os principais sintomas incluem cólicas menstruais intensas, dor durante as relações sexuais, sangramentos irregulares e dificuldade para engravidar.
"Não é normal sentir dores constantes e incapacitantes todos os meses. A mulher precisa ser ouvida e investigada com atenção desde os primeiros sinais", reforçou a ginecologista Cristiane Spíndola, da Pró-Saúde.
Segundo a médica, esses sinais ainda são muitas vezes confundidos com questões ginecológicas menos graves, o que atrasa o início do tratamento e afeta diretamente a qualidade de vida das pacientes.
Afeta a saúde mental
A endometriose também tem impactos profundos na saúde mental das mulheres. A dor crônica associada à endometriose pode levar à ansiedade, depressão e ao isolamento social. É fundamental olhar para essa mulher de forma integral, com acolhimento e suporte psicológico.
Estudos apontam que a doença pode afetar o desempenho no trabalho, nos estudos e nas relações pessoais, além de comprometer a fertilidade em casos mais graves.
A conscientização e a educação em saúde são ferramentas fundamentais para o diagnóstico precoce da endometriose. A recomendação dos especialistas é que todas as mulheres façam consultas ginecológicas regulares e estejam atentas aos sinais do próprio corpo.
Segundo a médica ginecologista Cristiane Spíndola, "a mulher precisa saber que sentir dor não é normal. Uma cólica menstrual que não melhora com analgésico comum ou que faça a pessoa ir ao hospital, tomar medicação venosa, é preciso ter muita atenção e consultar um profissional".
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