O jornal El País, considerado um dos mais importantes da Espanha e América Latina, publicou uma reportagem especial, na qual o empresário mariliense João Pinheiro é acusado de fraude financeira na Bolívia que chega a US$ 684 mil dólares (cerca de R$ 3,7 milhões de reais).
O caso envolve a construção de uma usina de processamento de açúcar, na qual ele teria prometido, prejudicando cerca de mil produtores rurais daquele país. O jornal afirma que, por causa disso, João Pinheiro foi incluído na lista vermelha da Interpol (organização intergovernamental que facilita a cooperação policial internacional) e a informação é de que está preso na Espanha, aguardando uma possível extradição.
Entenda o caso
Tudo começou em 2019, com um ambicioso projeto nos canaviais de Bermejo, uma cidade fronteiriça importante na Bolívia, considerada um ponto de passagem fundamental para o comércio entre a Bolívia e a Argentina, além de ser um centro de atividades econômicas como a agricultura e a pecuária.
O objetivo é a implantação de um Complexo Industrial Canavieiro (Cicasa) que prometia processar 2.500 toneladas de cana-de-açúcar por dia, aliviando assim o excesso de oferta não absorvido pela envelhecida usina IABSA.
No entanto, seis anos depois, o que começou como uma promessa de desenvolvimento acabou se tornando um pesadelo jurídico e financeiro para os produtores.
Envolvimento de João Pinheiro
No centro dessa crise financeira estaria o empresário mariliense João Henrique Pinheiro que se apresentou como empresário industrial e fornecedor de máquinas especializadas para a construção da usina.
O Jornal El País (foto) afirma que João Pinheiro teria recebido um total de US$ 684 mil dólares, dinheiro transferido de bancos bolivianos para contas internacionais, mas as obras nunca foram iniciadas.
Diante dessa situação, foi instaurado um processo criminal por fraude qualificada. Com provas documentadas, o caso avançou pelo Ministério Público boliviano até que o Primeiro Juizado Público de Família e Investigação Criminal de Bermejo emitiu um mandado de prisão internacional contra João Henrique Pinheiro, ativando o selo vermelho da Interpol.
Preso na Espanha
No final de maio deste ano, a Interpol notificou que Pinheiro havia sido preso Madri, na Espanha, e levado sob custódia. Agora, as autoridades bolivianas já fizeram um pedido formal de extradição para a Bolívia e, com isso, possa responder ao processo em andamento em Tarija por fraude.
"Segundo Garzón, o objetivo não é apenas responsabilizar Pinheiro pelo crime, mas também devolver o dinheiro doado por mais de 600 famílias, entre produtores de cana, transportadores, agricultores, operadores de máquinas, entre outros, que usaram as economias familiares para aderir ao projeto", informa o Jornal.
O Visão Notícias obteve informação de que o empresário mariliense permanece em Madri e ainda não houve uma decisão da justiça espanhola sobre o pedido de extradição.
Defesa do empresário
A redação manteve contato com a família de João Pinheiro, porém até a postagem desta matéria nenhuma nota oficial havia sido divulgada e nem contato dos advogados dele que estariam cuidando do caso.
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