O apresentador e humorista Jô Soares abriu o baú de fotos e recordações em “O livro de Jô - Uma autobiografia desautorizada - Volume 1”, escrita em parceria com Matinas Suzuki Jr e recém-chegado às livrarias. Ele, que no dia 16 de janeiro completa 80 anos, relembra fatos curiosos de sua infância e se emociona ao lembrar do filho, Rafael, morto em 2014, aos 51 anos.
Jô, que na infância era chamado de Zezinho, nasceu quando a mãe, Mercedes, já estava com 40 anos. No aniversário de 4 anos, em 1942, ela fez uma festa inovadora: os meninos deveriam se vestir de cozinheiro e as meninas, de camareira. Entre os convidados, estava a futura atriz Joana Fomm.
Jô garante que, mesmo temporão, não se sentia superprotegido. “Meus pais me criaram com rara liberdade e independência”.
Gordinho, ele sofria para subir a ladeira íngreme que dava acesso ao Colégio de São Bento, onde estudou.
Aos 12 anos, ele acompanhou a Copa de 50 e relata a emoção de ver o Brasil golear a Espanha, com o espetacular placar de 6 x 1. Ele também esteve na final, quando o Brasil perdeu o título para o Uruguai. “O trauma da derrota apagou da minha mente boa parte daquele jogo”.
Na adolescência, quando estudou num colégio interno da Suíça, Jô conheceu sua primera namorada: a alemã Angela Munemann. Mais velha que ele e cobiçada por todos os seus colegas.

Sempre discreto em relação ao filho Rafael, ele conta no livro todo o drama que viveu. Filho de seu primeiro casamento com a atriz Theresa Austregésilo, Rafinha nasceu em 1963. O apresentador revela que viveu 40 segundos de alegria, até ouvir o médico dizer: “Ele nasceu com hipospádia, um problema genético”.
Tempos depois, os pais descobriram que ele também era autista. Jô viveu essa dor em silêncio.A mãe largou a carreira de atriz para cuidar do filho, que morreu em 2014, aos 51 anos, depois de uma batalha contra o câncer.
Outra passagem emocionante do livro se passa em 1977, quando - ao descer de um táxi - Jô ouviu uma frase surpreendente do motorista, que se recusou a receber o pagamento: “Fui eu que matei a sua mãe”. Dona Mercedes havia morrido atropelada em 1968, aos 70 anos. Abismado com a surpresa que o destinho preparou, Jô falou: “Você não matou a minha mãe, foi um acidente”.
O taxista continuou: “Faz anos que não consigo dormir. Só vou conseguir se o senhor me perdoar. Seu Jô, acho que foi Deus quem arrumou este nosso encontro”. “Você está perdoado”, disse o apresentador.
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288





