Economia e futebol: irmãos gêmeos?

Neste artigo, empresário analisa fatos que ligam as duas coisas
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Não sei se algum pesquisador já desenvolveu a tese, mas fica a dica para uma análise científica. Desconfio que o nosso futebol e a nossa economia são irmãos gêmeos siameses. Sempre que o Brasil respira uma atmosfera financeira mais farta, não tão rarefeita como no primeiro semestre, ao meu ver, parece que a Seleção Brasileira deslancha.

No final dos anos de 1950, quando do primeiro título mundial conquistado na Suécia, a nação estava embalada pelos ventos da industrialização, era a construção de Brasília a todo vapor, logo veio o bicampeonato no Chile e, como disse um cronista na época, o Brasil deixou de ser vira-lata. Até no cinema a coisa embalou na década seguinte.

Mas,veio o golpe militar em 1964 e, dois anos depois na Inglaterra, um vexame. Passamos vergonha na terra dos pais do futebol. Já havíamos sofrido com a derrota, em nossa própria casa em 1950 para o Uruguai e, na Inglaterra, voltávamos embora sem o caneco e com um time que reunia verdadeiros craques.

Daniel Alonso é empresário, consultor e diretor da Casa Sol

Mas, passado o susto e com uma nova ordem política, ordem esta conduzida por mão de ferro dos militares, o Brasil conquistava o tricampeonato no México e ficava com a taça do mundo, a Jules Rimet. Bom, 24 anos se passaram até que a Seleção Brasileira voltasse a conquistar um mundial.

Desta vez com técnica, com razão e muito menos emoção. Mas, um título na mão, o tetra. Era o começo do Plano Real, corria o ano de 1994, e a economia se estabilizava, acabava a inflação e a moeda brasileira dava condições para o país se estruturar.

Chegam os anos 2000 e a Seleção vem de um vice-campeonato mundial intragável e chega à sua terceira final consecutiva. Cafu ergue a taça, é a quinta vez que a Canarinho ocupa o topo. Anos Lula, o Brasil assegura o direito de sediar a Copa do Mundo e 64 anos depois do fracasso no Maracanã, somos humilhados historicamente no 7 a 1 diante da Alemanha.

De lá para cá, tanto o nosso futebol, quanto a nossa economia nos dão medo. Seleção deixou a Copa América de modo pífio. O ajuste fiscal econômico foi adotado e seus reflexos serão vividos em breve. Já se projeta queda no PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação pesa em nossos bolsos.

Diziam, no passado, que a Seleção Brasileira, através do futebol arte, amenizava os nossos fracassos políticos e financeiros. Hoje nem isso. Melhor assim, pois os fracassos precisam ser enfrentados e superados, não jogados para debaixo do tapete com dribles, gols e vitórias no esporte.

Como disse, não sei se, cientificamente, há ligação entre economia brasileira e futebol. Se existe, torço para que ambos voltem a vencer neste segundo semestre, pois ninguém quer viver um novo humilhante 7 a 1.

Acesse: www.blogdodanieldacasasol.wordpress.com

 

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