São suspeitos de participar do linchamento que matou o autônomo Abelino Vieira da Silva, na zona Sul.
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) prendeu nesta sexta (dia 1o) dois suspeitos de envolvimento no homicídio do autônomo Abelino Vieira da Silva, de 31 anos, que foi violentamente espancado por moradores do Jardim Santa Clara, zona Sul de Marília.
Eles negaram envolvimento com o crime, mas foram encaminhados para a cadeia pública de Pompeia, onde permanecerão presos nos próximos 30 dias, cumprindo mandado de prisão temporária.
De acordo com o delegado titular da DIG, Aéliton Roberto de Souza, com mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, os policiais civis da equipe de captura da unidade especializada da Polícia Civil foram até a Rua Romildo Marconato, onde foram presos os serventes Fernando da Silva (22 anos) e Israel Aparecido Azevedo (19 anos), que não ofereceram resistência.
“Esses dois indivíduos foram apontados pela Alessandra como sendo os dois que agrediram fisicamente o Abelino. Obviamente ficou bem claro que eles bateram na vítima porque foram induzidos ao erro pela mulher, que disse a eles de forma mentirosa que tinha sido roubada e estuprada. O Israel e o Fernando negaram, mas isso já era esperado”, contou o delegado.
Eles foram ouvidos em depoimentos prestados na DIG, sendo levados para a cadeia pública no município de Pompeia, onde cumprirão os 30 dias de prisão temporária. Se for comprovado o envolvimento da dupla no linchamento, o prazo pode ser prorrogado para mais 30 dias, ou então ser feito novo pedido, desta vez de prisão preventiva.
O CRIME – A Polícia Civil apurou que a vendedora Alessandra Kelly Moretão Vaz de Oliveira, de 20 anos, teria marcado um programa sexual com Abelino, por R$ 200 em dinheiro.
Mensagens telefônicas entre a vítima e a mulher, comprovaram o envolvimento, ao contrário do que ela disse inicialmente, com a história de que pretendia apenas consertar seu celular.
Alessandra está presa por incitar a violência.
“Depois de chegar na casa do Abelino, ele propôs que ela dormisse no local, recebendo então a quantia de R$ 300 em dinheiro pela manhã. No dia seguinte, ele não a pagou. Não sabemos se pretendia pagar mais tarde, mas a partir daí, houve o desacerto e ela saiu gritando que havia sido roubada, que ele tinha tentado matá-la e que a teria estuprado”, disse o delegado.
Abelino Vieira da Silva foi agredido por várias pessoas no dia 17 de julho, sendo socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Hospital das Clínicas (HC), onde recebeu tratamento médico. Ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos graves ferimentos e perdeu a vida no dia 22 de julho, em decorrência das lesões sofridas.
PRISÃO – Alessandra Kelly afirmou no dia do crime que trabalhava em uma loja de departamentos na Rua São Luiz, mas policiais militares foram até o local e receberam a informação que ela nunca havia prestado qualquer tipo de serviço na empresa. Outras mentiras contadas aos policiais também foram descobertas, ensejando em sua prisão na tarde da terça (29), pela Polícia Civil.
“Sabíamos que ela havia mentido em depoimentos prestados no Plantão Policial e também no 2o Distrito Policial. Estávamos em uma linha de investigação mais avançada, em posse do aparelho celular dela, contendo mensagens de texto que a incriminavam. Disse que tinha que ter o dinheiro do programa ou a coisa ficaria feia. Ela estava disposta a tudo”, revelou o delegado.
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