Em meio à crise política e ao avanço do processo de impeachment no Senado, a presidente Dilma Rousseff aproveitou as manifestações dos trabalhadores em comemoração pelo 1º de maio para fazer novos anúncios em seu governo.
Dilma confirmou o reajuste de 9% no benefício do Bolsa Família, pago a milhões de famílias de baixa renda no país, e também anunciou a correção de 5% na tabela do imposto de renda a partir do ano que vem.
Manifestações dos trabalhadores em comemoração pelo 1º de maio em SP.
"Estamos autorizando um reajuste no Bolsa Família que vai resultar em um aumento médio de 9% para as famílias. Essa proposta não nasceu hoje. Ela estava prevista lá em agosto de 2015 quando enviamos o orçamento par ao Congresso. Essa proposta estava prevista, e diante do quadro atual, tomamos medidas que garantem aumento na receita neste ano e nos próximos para viabilizar esse aumento no Bolsa Família. Tudo isso sem comprometer o cenário fiscal", anunciou a presidente.
Para cientistas políticos, os anúncios deste domingo foram parte de uma estratégia para "aumentar o custo político do impeachment" e dificultar um possível governo do atual vice Michel Temer no futuro.
"Do ponto de vista político, as medidas adotadas hoje estão em choque com o que o governo tem mostrado até hoje. Então o primeiro objetivo a curto prazo desses anúncios é aumentar o custo politico da mudança de governo para o Temer", afirmou Rafael Cortez, cientista político da Consultoria Tendências.
"Ela colocou duas propostas que deverão ser medidas provisórias e que possivelmente serão vetadas pelo Temer por causa da situação econômica. É uma tentativa de criar dificuldades para o Temer e reconquistar a esquerda para, quem sabe, reascender ao poder em 2018."
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