O governo federal lançou o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas que deve ajudar quem está devendo na praça e com o nome sujo. O potencial da iniciativa, que terá três etapas, é auxiliar até 70 milhões de pessoas, e o objetivo principal é fazer com que os brasileiros auxiliados voltem a contar com crédito. Mas será que isso é suficiente para resolver de vez a situação?
De acordo com o especialista Thiago Martello, a resposta é “não!”. Ele acredita que o programa tem um lado positivo, que é beneficiar milhões de pessoas a renegociarem dívidas e limparem o nome, porém, não acredita que facilitar o crédito novamente é a melhor alternativa. “Quase 80% da população brasileira está endividada, e só chegamos nisso por conta do fácil acesso ao crédito. Ou seja, se dar crédito fosse resolver o problema financeiro do brasileiro, não estaríamos nesta situação”, avalia.
O planejador financeiro explica que a maior parte dos brasileiros não consegue adequar seu estilo de vida à sua capacidade financeira, e acaba usando o crédito fácil para gastar muito mais do que ganha. “O cartão de crédito, por exemplo, é o fantasma de muita gente. As pessoas culpam o cartão pelo endividamento, mas ele não faz nada sozinho. A responsabilidade é de cada um usar”, afirma.
Martello ressalta que quem não sabe lidar com as finanças e costuma se enrolar facilmente com as contas, pode voltar a ter ainda mais problemas com o acesso a crédito novamente.
O especialista explica que, para evitar o endividamento, o ideal é, primeiramente, estabelecer um limite adequado para o padrão de vida. “Se a pessoa ganha R$ 5 mil, por exemplo, e já sabe que tem gastos fixos de R$ 3 mil, o máximo que pode gastar em todo o resto, incluindo o cartão, é R$ 2 mil”, exemplifica.
Programas como o Desenrola são importantes, mas é preciso estimular a educação financeira e o correto uso do crédito para que situações de endividamento não voltem a se repetir, senão de nada adianta.
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