Defesa quer anular júri do caso Nardoni

Advogados dizem que casal Nardoni não matou menina em março de 2008. Polícia apura se Antônio Nardoni teve participação na morte da neta em SP.
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O caso Isabella Nardoni completa oito anos nesta terça-feira (29) sem um desfecho. Isso porque a defesa do casal Nardoni ainda aguarda a Justiça julgar um último recurso que pede a anulação do júri que condenou o pai e a madrasta da menina pelo assassinato dela. Além disso, a Polícia Civil abriu recentemente um novo inquérito para apurar se o avô paterno da criança também teve participação no crime.

Isabella tinha 5 anos de idade quando foi encontrada morta no jardim do Edifício London, na Zona Norte da capital, na noite de 29 de março de 2008. Para a acusação, a madrasta asfixiou a criança, após discutir com ela, e o pai a jogou da janela do sexto andar do prédio. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá sempre negaram o homicídio. Sustentavam que um invasor, que nunca foi identificado, matou a menina.

O advogado Roberto Podval, que defende o casal, afirmou que aguarda o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o pedido para que seus clientes tenham um novo julgamento. A defesa quer a anulação do júri para poder solicitar à Justiça a inclusão de um parecer técnico e de uma animação feitos em 2013 pelo perito norte-americano James Hahn, diretor do Instituto de Engenharia Biomédica da Universidade George Washington. O documento apontou que as marcas nos pescoço de Isabella "não são de mãos humanas". Desse modo, a perícia concluiu que elas não poderiam ter sido causadas nem pela madrasta e nem pelo pai de Isabella.

Os advogados do casal disseram que o novo laudo reforça a tese da defesa de que as provas seriam insuficientes para condenar os Nardoni. Isso porque o perito informou que pela falta de marcas de polegares na frente do pescoço, a menina não foi esganada por mãos e dedos humanos. O relatório não apontou o que poderia ter provocado os ferimentos.

Para os advogados de defesa, a suspeita é de que os machucados no pescoço seriam consequências da queda de Isabella do 6º andar.

O laudo é claro em informar que as lesões não foram provocadas nem pelas mãos de Anna nem de Alexandre e muito menos por qualquer coisa que se assemelhe a mãos. Não é uma mão”, afirmou Roselle à equipe de reportagem, na segunda-feira. A advogada ainda criticou o laudo oficial da SPTC. “Foi o maior erro do judiciário brasileiro”.

Se por um lado a defesa quer a anulação do julgamento por entender que o casal Nardoni é inocente, a acusação quer que a polícia investigue se o avô paterno de Isabella também estaria envolvido no crime. Policiais envolvidos na investigação disseram ao G1 que ainda não há indícios que comprovem as denúncias feitas pelas funcionárias contra Antônio. Além das testemunhas, o DHPP ouviu os depoimentos de outros funcionários da penitenciária, de Anna Carolina e de parentes dela. 

Os próximos passos do departamento serão ouvir Antônio e Alexandre.

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