Nessa segunda-feira (20), um menino de 1 ano e 8 meses morreu após uma série de agressões na cidade de Pederneiras (136 quilômetros de Marília). Ele apresentava sinais de desnutrição e diversos hematomas pelo corpo. Laudo do Instituto Médico Legal comprovou que a vítima teve uma hemorragia interna, decorrente de múltiplas agressões.
A mãe do garoto é usuária de drogas e consumia as substâncias até durante a gravidez. Logo que a criança nasceu, ela se mudou para Ribeirão Preto e, atualmente, estaria em São Paulo. Já o menino, cuja identidade será preservada em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), foi deixado com a avó materna, que não tinha condições de ficar com ele.
O tio do garoto, irmão de sua mãe, passou a cuidar da criança. Contudo, ele vive em uma casa ocupada, pertencente à antiga Fepasa, e trabalha como pintor para sustentar a esposa, que está grávida de 5 meses, e os outros quatro filhos. Segundo o delegado, o Conselho Tutelar acompanhava a família. Tanto que o órgão chegou a constatar que, antes da intervenção, o garoto não havia tomado nenhuma vacina.
De pronto, ele foi levado ao posto de saúde. O delegado, portanto, também vai ouvir o Conselho Tutelar para saber quais os procedimentos que foram tomados em relação à família. Esta, por sua vez, negou qualquer tipo de negligência contra o menino. Disse, inclusive, que ele comia, mas não conseguia engordar. Quanto aos hematomas, a tia afirmou à polícia que foram provocados por um dos filhos deles, de 2 anos, que vivia brigando com o primo. Já o tio relatou que saía cedo para trabalhar e só voltava à noite.
Com base no depoimento da família da vítima, o garoto acordou, nessa segunda (20) pela manhã e mamou. Pouco tempo depois, começou a espumar pela boca. “A tia o colocou debaixo do chuveiro, mas não resolveu e o levou ao hospital”, descreve. Lá, já não havia mais o que fazer e o médico acionou a polícia, devido aos hematomas da criança.
No mesmo dia, o delegado ouviu o profissional e foi até a casa onde a criança morava, descrita por ele como algo “paupérrimo e de higiene precária”. Inclusive, no boletim de ocorrência (BO), consta que o que mais chamou a atenção da polícia foi “a existência, no chão do banheiro, de fezes, próximo à chupeta de criança e pasta de dentes”.
Após tomar os depoimentos dos tios, o delegado decidiu instaurar inquérito para apurar crime de homicídio culposo (quando não há intenção). Os responsáveis pela criança vão responder ao inquérito em liberdade.
Com informações do JCNET
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