Mesmo na linha de frente no combate à violência urbana em São Paulo, os policiais militares, civis e técnico-científicos que atuam no estado morreram mais em decorrência do coronavírus do que em confrontos com criminosos realizados em serviço ao longo de 2020.
Enquanto a covid-19 matou 43 agentes, 22 foram vítimas de assassinato. Ao todo, 18 PMs e quatro policiais civis morreram no ano passado em casos apontados como confrontos durante o serviço, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Já os casos de covid-19 causaram a morte de 19 policiais militares, 21 policiais civis e três policiais técnico-científicos. Há, ainda, uma quarta morte de policial técnico-científico que está sob suspeita de ter ocorrido em decorrência do coronavírus.
De acordo com a SSP, até 5 de fevereiro de 2021 esse número já subiu. Foram 59 policiais mortos em decorrência do vírus em quase um ano de pandemia.
Segundo o plano de vacinação definido pelo Ministério da Saúde, policiais estão na lista de grupos prioritários. Porém, devido à escassez de vacinas, ainda não há data definida para o início da imunização da categoria.
"Se fala muito de que a vida do policial importa, mas não tem uma política para proteger a vida do policial. Os turnos continuam os mesmos, o trabalho continua o mesmo, como se não houvesse pandemia." Rafael Alcadipani, professor de gestão pública a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Para a diretora-executiva do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), Samira Bueno, "isso mostra o que deveria ser realmente prioritário na discussão sobre condições de trabalho dos profissionais de segurança: adequados EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), rápida vacinação destes profissionais, atendimento psicossocial, melhores salários e condições materiais em seu dia a dia".
Entre maio e julho do ano passado, mais de 100 mil pessoas, entre policiais civis, militares e técnico-científicos e seus familiares ou coabitantes, fizeram o teste rápido para covid-19, em todo o estado.
Nos casos com resultado positivo, o agente, mesmo assintomático, foi afastado preventivamente, conforme orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde). (Fonte: UOL)
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