No Brasil, a expectativa de vida é de 76,8 anos, porém em Curitiba, a escritora Iris K. Bigarella mostra que não só é possível chegar a essa idade, como alcançá-la de maneira saudável, lúdica e extremamente feliz.
"Envelhecer é uma fase muito rica, na qual podemos desenvolver formas de conhecimento e enriquecimento espiritual muito preciosas", conta ela, que diz se sentir realizada aos 99 anos. "A fragilidade do corpo faz parte do ciclo da vida, mas confesso achar bem aborrecido ter de aceitar", brinca. Em entrevista ao Estadão, ela conta quais são os seus segredos para a longevidade.
"Tendo enfrentado as consequências da Grande Depressão durante os anos 1930, as dificuldades da 2.ª Guerra Mundial e tantas outras dores pessoais, viver bem, é sinônimo de perseverança. Para viver feliz é preciso nunca desistir, não se entregar e ter força e fé para continuar."
Para chegar aos 100 anos, seus cuidados pessoais partem de três pilares: saúde mental e busca pelo conhecimento; saúde física, por meio de uma alimentação balanceada e exercícios físicos; e momentos de alegria.
Curiosa, ela sempre fez questão de experimentar coisas novas e aprender o máximo possível sempre que via uma oportunidade.
"Me deixa triste a perda de algumas faculdades humanas, como a visão e a audição, por conta da idade avançada. Mas há recursos tecnológicos que ajudam, por isso não dá para desistir", afirma ela que, além de português, é fluente em alemão, inglês e entende francês e italiano.
À frente do seu tempo
Descendente de alemães, Iris sempre levou os estudos a sério. Assim, cursou faculdade em uma época na qual poucas mulheres faziam o mesmo, nos anos 1940.
Foi na faculdade que conheceu o "homem da sua vida", João José Bigarella, com quem foi casada por 67 anos - ele morreu há cinco anos.
Além de cuidar da cabeça, Iris faz questão de participar ativamente de numerosas atividades físicas, como pilates, tai chi chuan, fisioterapia e caminhadas. Além disso, ela mantém a mente ativa com hobbies como escrever poemas, pintar com aquarela e meditar.
Com humor e disposição ela se inspirou a escrever um livro. "Nunca quis dar dicas como se eu fosse a dona da verdade. Mas estimular as pessoas a procurarem, elas mesmas, o caminho", descreve.
E assim surgiu o livro Chegando Feliz aos Cem Anos - História de uma Apaixonante Jornada, recém-lançado pela Editora Chiado.
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