Deixar animais soltos pela rua, além do risco de serem atropelados, também viram caso de polícia já que podem atacar pessoas. Em Marília, duas ocorrências foram registradas só nesta semana, deixando duas mulheres feridas, inclusive uma delas teve parte do dedo decepado após ataque de um pitbull.
Ontem à noite, uma jovem de 29 anos esteve na Central de Polícia Judiciária para denunciar que foi atacada por um cachorro quando estava saindo de casa, sofrendo ferimentos na mão esquerda. Segundo ela, o animal pertence à um catador de reciclagens que é seu vizinho e sempre deixa os cinco cães dele soltos pela rua. Os ataques são constantes, inclusive contra outros animais da vizinhança.
Ataque de pitbull
O outro caso semelhante ocorreu na terça-feira, no bairro Jardim Vitória (zona sul da cidade) tendo como vítima uma jornalista de 56 anos. Ela relatou à polícia que estava passeando com o seu cachorro de porte pequeno quando o pitbull escapou de uma residência e atacou seu cão.
Ao tentar socorrer o seu animalzinho, acabou sendo mordida também, machucando parte do seu dedo médio. Ela foi socorrida pelo Resgate do Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital das Clínicas.
A tutora do pitbull alegou que o animal escapou do quintal de sua casa após sua filha de cinco anos abrir o portão para sair. O cãozinho da vítima sofreu perfurações profundas, mas não corre risco de morte.
Qual é o crime?
Nos dois casos, o crime está previsto no artigo 31 do Código Penal (Omissão cautela na guarda/condução animais). Trata-se de uma contravenção pelo ato de negligenciar a segurança de terceiros ao manter animais perigosos sem as devidas precauções. A pena prevista é de prisão simples (de 10 dias a dois meses) ou multa.
Afinal, como se proteger?
Ao se deparar com situações como ocorridas com essas duas mulheres em Marília, especialistas dão dicas importantes tanto "antes" como também "durante" o ataque do animal:
Antes da mordida:
- O mais importante passo é permanecer imóvel. Tentar fugir estimula a agressividade do bicho, e um ser humano não consegue ser mais rápido que um cachorro;
- Evite contato visual. Olhar nos olhos do animal também estimula a agressividade, pois ele pode sentir que está sendo desafiado. Especialmente se você estiver no território “dele”, seja submisso(a);
- Você pode até gritar para pedir socorro, mas não para tentar intimidá-lo. Não funcionará. Ou pode até piorar a situação: o som pode aumentar a agressividade do bicho, pois ele irá percebê-lo(a) como ameaça;
- Caso o cachorro seja distraído, especialistas recomendam que você se afaste, sem pressa. Mas recue andando para trás. Jamais vire as costas para o cão: ele pode entender a posição como uma oportunidade de ataque;
- Sem mostrar agressividade, tente oferecer algum objeto com as duas mãos – um cinto, sapato ou peça de roupa. Se o cão recebeu adestramento, foi condicionado a morder objetos, então isso pode distraí-lo.
Depois do ataque:
- Se for atacado pelo animal, não lute. Tentar vencê-lo pode fazer com que o cão passe da fase de “defesa” para a de “abate”. Ou seja, em vez de apenas assustá-lo ou imobilizá-lo, o bicho pode decidir, de fato, matá-lo;
- O plano é tentar minimizar os danos. Para isso, você deve dificultar o acesso do bicho a partes vitais, como cabeça e pescoço. A primeira medida é tentar encostar em uma parede, protegendo a coluna e se mantendo em pé;
- Outra maneira de diminuir a área do corpo exposta à mordida é agachar-se. Abrace os joelhos para proteger a barriga. Encolha o pescoço e encaixe o rosto entre os ombros e os joelhos;
- Se não houver chance de fuga ou socorro, o jeito é esperar o ataque acabar. Via de regra, o cão para quando se cansa. A agitação do rabo (para espalhar o cheiro e marcar território) é um bom indicador de energia.
Fonte: Super Interessante
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