O abuso e a exploração sexual de crianças são temas preocupantes no mundo inteiro. A novidade, dessa vez, é o relatório Out of the Shadows, públicado há poucos dias pela revista britânica The Economist. Ele revela como 40 países, que cobrem 70% da população global com menos de 19 anos de idade, estão enfrentando o problema.
Criado com orientação de um painel internacional de especialistas, o estudo abrange, por exemplo, casamento infantil, saúde reprodutiva e sexual, diferenças de gênero, aplicação da lei, assim como o abuso sexual infantil online que, com a expansão da internet, colocou mais crianças em risco.
O relatório avalia o ambiente, em itens como a segurança; as leis de proteção às crianças; compromisso e capacidade dos governos; e o engajamento do setor privado, da sociedade civil e da mídia. Desta forma, a nota é composta por 34 indicadores e 132 subindicadores. Quanto maior a pontuação, maior a probabilidade de as crianças serem protegidas.
Porém, o estudo não acredita que os melhores desempenhos estejam associados à riqueza ou população de um país, mas à pontuação no Índice de Democracia daEconomist. Segundo o relatório, "o estigma e a falta de uma discussão aberta sobre o sexo, direitos das crianças e gênero" podem prejudicar a capacidade de um país de proteger suas crianças. Até por que, historicamente, os casos envolvendo menores são encobertos por omissões, tabus e pelo fato da maior parte dos abusos serem cometidos por pessoas próximas as vítimas.
O estudo mostra que os dez países que ocupam o topo do ranking de combate ao abuso sexual infantil e exploração, estão entre os mais ricos do mundo. No entanto, apenas três deles — Reino Unido, Suécia e Canadá — receberam uma pontuação acima de 75 (em uma escala de 100 pontos).
Já o Brasil é o 11º melhor colocado, com 62,4 pontos, ficando abaixo da Austrália, Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, Itália, França e Japão. O país está acima da média do grupo, que é de 55,4 pontos. Entre os principais destaques, segundo o estudo, estão as leis de proteção as crianças, assim como o envolvimento do setor privado, da sociedade civil e da mídia.
Por outro lado, as limitações brasileiras estão na falta de programas de prevenção para abusadores em potencial, assim como na coleta e divulgação de dados sobre violência sexual contra crianças. No entanto, esse último não é exclusividade do Brasil, já que apenas metade dos países analisados coletam dados de prevalência sobre abuso sexual infantil e apenas cinco coletam esses dados em exploração sexual infantil.
Ainda segundo o relatório, o abuso e exploração infantil tem sérias consequências emocionais e de saúde, por isso, é fundamental combater esse tipo de violência. Lembrando que discutir e implementar ações é perfeitamente possível mesmo quando os recursos são limitados.
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