Joiceli Nohatto de Souza ainda se lembra do momento em que tiraram a filha de sua barriga, tão rápido e tão cedo, com 26 semanas de gestação. Embora naquele instante também ela corresse risco de morrer, Joiceli, de 33 anos, tem nítida na memória a imagem da criança de 570 gramas, à qual os médicos davam apenas 15% de chances de sobreviver. “Era praticamente só cabeça e barriga. A pele era transparente”, lembra.
Era o dia 16 de maio. Na última quarta-feira (9), passados quase quatro meses de idas diárias ao hospital na cidade de Blumenau, a dona de casa pôde finalmente levar Emily Vitória para casa. Em meio à comoção da equipe médica, a menina deixou o hospital mamando no peito da mãe, algo que só começou a acontecer há cerca de 20 dias.
Considerada o que os médicos chamam de "prematura extrema", Emily Vitória preocupava a equipe de profissionais do Hospital Santo Antônio.
Quando finalmente confirmou que estava grávida, logo Joiceli começou a inchar demais. Veio o diagnóstico de pré-eclâmpsia. “Nós duas íamos morrer.
O médico disse pro meu marido que iam fazer de tudo para nos salvar. Eu já não conseguia abrir os olhos, tinha muita dor de cabeça. Mas meu esposo dizia: calma, vai dar tudo certo”.
Joiceli diz que o apoio de Adriano, que é motorista, e dos filhos Matheus, de 12 anos, e Júnior, de 6, foi fundamental durante o processo.
Pela primeira vez ela vivencia com a filha experiências tão comuns a pais de recém-nascidos. “Ela dorme de dia e fica acordada de noite”, conta, rindo.
Para quem enfrentou dias e mais dias de UTI, o sono é o de menos. “É muito bom saber que agora ela está aqui comigo. É uma nova vida, uma responsabilidade grande, mas muito boa. Ela tá aí, venceu.”
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288





